
Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
A manifestação "No Sleep For ICE" ("Sem descanso para o ICE"), na última quinta-feira, reflete a crescente raiva contra o Serviço de Imigração e Controlo de Alfândega (ICE, na sigla em inglês), uma agência outrora desconhecida que se tornou o foco da repressão aos imigrantes lançada pelo presidente Donald Trump.
"Aterrorizam nossa comunidade o dia todo. Como podem dormir bem?", perguntou Nathanael Landaverde, de 23 anos, enquanto batia em uma panela.
Vídeos com imagens dramáticas mostraram agentes federais, muitas vezes mascarados e às vezes armados com espingardas de assalto, a perseguir migrantes e algemando-os em tribunais, quintas ou nas ruas.
Funcionários do ICE também detiveram cidadãos americanos por, supostamente, interferirem em prisões, incluindo um candidato à Câmara de Nova Iorque esta semana.
A linha dura gerou medo entre os imigrantes e enfureceu muitos americanos, especialmente em cidades liberais como Los Angeles, onde este mês ocorreram grandes protestos de rua contra as operações do ICE.
"Se não dormirem, não vão fazer o seu trabalho de forma eficaz. Haverá menos gente", acrescentou Landaverde, enquanto os veículos que passavam buzinavam num aparente apoio ao protesto noturno em frente ao hotel.
Não está totalmente claro que os agentes do ICE estejam hospedados ali, mas os organizadores do protesto afirmam ter provas fotográficas disso.
Dezenas de pessoas dançam ao som de um barulho ensurdecedor enquanto agitam cartazes e dizem: "Sem descanso para o ICE" e "ICE fora de Los Angeles".
No hotel, alguns hóspedes olham por entre as cortinas.
"Estão a destruir famílias, e é horrível ver isso na minha comunidade. Não podem dormir se vão fazer isso aqui", disse Juliet Austin, de 22 anos, enquanto tocava um pequeno acordeão azul.
Trump foi reeleito em grande parte por sua promessa de deportar massivamente os migrantes irregulares.
Mas, além das táticas agressivas dos agentes federais de imigração, críticos dessa política denunciaram os agentes por esconderem o rosto com máscaras, uma prática muito incomum – embora legal – entre as forças de segurança dos Estados Unidos.
"Em que momento, como nação, nos deparámos com uma polícia secreta?", escreveu no mês passado Walter Olson, investigador do grupo de estudos Cato Institute.
"Para a administração Trump, transformar as batidas com agentes mascarados numa prática regular faz parte de um esforço mais amplo para evitar a responsabilidade por ações potencialmente ilegais e inconstitucionais", acrescentou.
Comentários