
Ao longo dos últimos anos, o número de pessoas que acompanham o mundo da Fórmula 1 tem aumentado exponencialmente, contando, em 2024, com uma fanbase de 826,5 milhões, quase 90 milhões a mais do que no ano anterior.
Com um número destes, o buzz que tem rodeado o filme que esta semana estreia nos cinemas em Portugal não espanta ninguém, muito menos quando os atuais pilotos aparecem e fazem parte da figuração. Na verdade, F1 é provavelmente o primeiro filme na história que consegue atrair espectadores só com os figurantes. (Estamos a ver-te Carlos Sainz ?)
Mas falemos da narrativa. F1 acompanha Sonny Hayes (Brad Pitt), o fenómeno mais promissor da Fórmula 1 nos anos 90, que sofreu um acidente na pista e quase acabou com a sua carreira. Trinta anos mais tarde, é um piloto nómada de aluguer quando é abordado por Ruben Cervantes (Javier Bardem), o seu antigo colega e dono de uma equipa de F1 à beira do colapso, que o convence a regressar às corridas numa última oportunidade de salvar a equipa e de ser o melhor do mundo. Mas, à medida que os motores roncam, Sonny descobre que a sua maior competição é o colega de equipa, Joshua Pearce (Damson Idris), o rookie promissor que quer impor o seu próprio ritmo no desporto.
Apenas pela história, F1 não é muito diferente de muitos outros filmes sobre um desporto. Um veterano a ensinar um rookie a movimentar-se pelo mundo da Fórmula 1 e a passar o testemunho à próxima geração. Vemos Sonny a ser confrontado por um jovem que é tão arrogante quanto ele, a crescer, quase de um dia para o outro, e apaixonar-se pela diretora de equipa, a parte mais irritante e desnecessária da narrativa.
Mas, com a sua simplicidade, F1 consegue trazer visibilidade e empatia para um desporto que foi ignorado pela indústria cinematográfica durante muitos anos. Apesar de não ser sempre realista na representação das corridas e das condutas, o filme de Joseph Kosinski está a contribuir para o crescimento do desporto e a inspirar espectadores a nível global, algo que também vimos acontecer com a série documental da Netflix, Drive to Survive.
Numa perspectiva técnica, F1 é um grande filme. Com um budget superior a 200 milhões de dólares, uma composição sonora por Hans Zimmer (sim, completamente louco) e uma montagem emocionante, F1 é um blockbuster que não tem medo de se afirmar com a sua grandiosidade e comprova que Kosinski está à altura do desafio pela segunda vez.
Não podia ainda deixar de falar da playlist. Com Don Toliver, Doja Cat, Tate Mcrae, Burna Boy, Ed Sheeran e muitos mais, a playlist do projeto apela a tantas fandoms e a uma genialidade que faz lembrar filmes como Black Panther (2018) e Spider-Man: Into the Spider-Verse (2018).
Concluindo, seja pelo ódio, depois do drama com o papel da Simone Ashley, pela “Just Keep Watching” da Tate Mcrae, ou para poderem ver um olhar de intimidação do Lewis Hamilton, vão aos cinemas e mergulhem na adrenalina do mundo da Fórmula 1.
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