
Hoje despedimo-nos dela. Ela, Diane Keaton que nasceu Diane Hall e que para sempre ficará na nossa memória como Annie Hall, filme realizado por Woody Allen, um dos seus companheiros de vida e que lhe valeu o óscar - o único da carreira - em 1978.
Começou a carreira no teatro, com uma peça também icónica, "Hair" cujo elenco integrou na Broadway. No ano seguinte, cruza pela primeira vez o percurso com Woody Allen, também no teatro, na comédia "Play it again, Sam". Estreia-se no cinema em 1970 e dois anos depois Francis Ford Coppola escolhe-a para desempenhar o papel de Kay Adams no filme "O Padrinho" a cujas sequelas regressará em 1974 e em 1990.
Numa entrevista disse que tinha sido escolhida por Coppola porque, à época, era vista como alguém fora do comum ou excêntrico. Foi mais que isso. Keaton era genuinamente 'estranha", mas de uma forma divertida e impossível de não ser gostável e essa foi a chave de uma relação com o público que a acompanhou em 50 anos de carreira.
Em Annie Hall, tudo converge. Ela é Annie, é Nova Iorque, é fotografia, é moda - no estilo inconfundível de Keaton. E é um momento fundador da comédia romântica.
Há aquilo que os atores dizem, aquilo que está escrito no guião, e a forma como o dizem. Em Diane Keaton existia uma mistura única, uma comicidade séria, um humor que tornava a insegurança não apenas natural como interessante e, de certa forma, desejável.
Keaton era inteligente, cómica, trapalhona, excêntrica, sofisticada e cunhou uma forma de estar. Um "tipo Keaton". Isso fica connosco para sempre.
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