"A minha independência não pode ser posta em causa por ninguém, eu sempre usei aquilo que é a massa critica do banco para os trabalhos que foram divulgados. O banco não mudou de atitude", defendeu-se, numa resposta às críticas de que tem sido alvo de não ter liderado a instituição com independência, num entrevista concedida à RTP.

"A decisão que foi tomada é uma decisão que só cabia ao Governo, foi assim que foi feito é assim que deve ser feito. Respeito, obviamente, de todas essas decisões", respondeu, sobre o facto de o executivo ter escolhido Álvaro Santos Pereira como novo governador.

Centeno, que chegou a manifestar estar disponível para continuar no BdP, defendeu o seu mandato que obteve "resultados claríssimos", entre eles a estabilização do sistema financeiro: "todo este meu trajeto foi marcado por uma característica de estabilização do sistema financeiro muito significativa, de reforço da posição de Portugal internacionalmente, estou muito satisfeito por todos estes anos de serviço público e é isso que a mim é mais importante".

Ao sucessor, o economista Álvaro Santos Pereira, Centeno desejou felicidades quando foi questionado se tem alguma opinião sobre o perfil, que é o economista-chefe da OCDE e foi ministro da Economia no Governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP) entre 2011 e 2013, apenas respondeu: "muitas felicidades para o professor Álvaro Santos Pereira nas novas funções".

Esta quinta-feira o Governo anunciou oficialmente a escolha de Álvaro Santos Pereira para liderar o Banco de Portugal, numa decisão comunicada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no final da reunião do Conselho de Ministros. A proposta será enviada “com rapidez” ao Parlamento, que realizará as audições e emitirá o respetivo parecer.

Ex-ministro da Economia no executivo de Pedro Passos Coelho entre 2011 e 2013, Santos Pereira exercia até agora funções como economista-chefe na OCDE. Com esta nomeação, regressa a Portugal para assumir a liderança do banco central, num mandato com duração prevista de cinco anos.