Em declarações ao podcast romeno Vorbitorincii, o técnico, hoje com 72 anos, descreveu Jardel como “o jogador mais difícil” que orientou na sua carreira e expôs episódios da segunda época do avançado em Alvalade, marcada pela dependência de cocaína que o próprio jogador assumiria publicamente em 2008.
Segundo Bölöni, a temporada 2002/03 ficou comprometida desde cedo. O treinador lembra que, por diversas vezes, Jardel foi impedido de jogar devido a alegados testes internos positivos realizados pelo departamento médico leonino. “Eu colocava o nome dele no onze, e o médico fazia-me sinal de que não era possível”, contou. Ao todo, o brasileiro terá falhado 15 das 34 jornadas do campeonato por essa razão, um contraste gritante com a época anterior, quando marcou 55 golos e foi peça decisiva na conquista da dobradinha e da Supertaça.
O técnico romeno diz ter feito tudo ao seu alcance para recuperar o avançado — desde acompanhá-lo de perto em estágio, até contactar regularmente a família de Jardel no Brasil. “Fiz um grande esforço. Estou em paz com a minha consciência”, afirmou. Mas, apesar das tentativas, os problemas foram-se agravando. Bölöni relatou um episódio em que tentou isolar o jogador no centro de estágios, numa espécie de plano intensivo de apoio. Contudo, após alguns dias, Jardel abandonou inesperadamente o local, regressando apenas no dia seguinte, novamente impossibilitado de jogar.
A época acabaria por ditar o afastamento do avançado, que seria cedido ao Bolton na temporada seguinte. Para Bölöni, a perda de Jardel representou “uma grande derrota”, sobretudo depois de uma primeira época que considera exemplar. “Ele tinha marcado mais de 40 golos; na segunda estava em seis”, lamentou.
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