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Donald Trump ordenou um bloqueio “total e completo” de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela, intensificando a campanha da sua administração contra Nicolás Maduro, escreve o The Guardian.
A decisão surge no contexto de uma escalada militar na região, com uma presença reforçada de tropas norte-americanas e mais de duas dezenas de ataques a embarcações no Oceano Pacífico e no Mar do Caribe perto da Venezuela, que provocaram dezenas de mortos.
Na semana passada, forças norte-americanas apreenderam um petroleiro junto à costa venezuelana que se dirigia pelo Caribe. O navio transportava cerca de dois milhões de barris de crude pesado venezuelano. O governo venezuelano acusou os EUA de “roubo flagrante” e classificou a apreensão como “ato de pirataria internacional”, aumentando ainda mais a tensão entre os dois países.
No anúncio do bloqueio, publicado nas redes sociais na noite de terça-feira, Trump afirmou que a Venezuela estaria a usar o petróleo para financiar o tráfico de drogas e outros crimes, prometendo intensificar o reforço militar. “A Venezuela está completamente rodeada pela maior armada alguma vez reunida na História da América do Sul”, escreveu Trump na sua plataforma Truth Social. “Só vai aumentar, e o choque para eles será como nunca viram… Hoje, ordeno UM BLOQUEIO TOTAL E COMPLETO DE TODOS OS PETROLEIROS SANCIONADOS que entrem e saiam da Venezuela.”
Ainda não é claro como a administração Trump vai impor este bloqueio aos navios sancionados, nem se recorrerá à Guarda Costeira como aconteceu na apreensão da semana passada. Recentemente, milhares de tropas e quase uma dúzia de navios de guerra, incluindo um porta-aviões, foram deslocados para a região.
Por sua vez, Maduro declarou, antes do anúncio de Trump, que “o imperialismo e a direita fascista querem colonizar a Venezuela para apropriar-se da riqueza em petróleo, gás, ouro e outros minerais. Jurámos defender absolutamente a nossa pátria e, na Venezuela, a paz triunfará.”
O governo venezuelano rejeitou a ordem de bloqueio como uma “ameaça grotesca”, segundo a Reuters. “O presidente dos Estados Unidos pretende impor, de forma totalmente irracional, um suposto bloqueio naval à Venezuela com o objetivo de roubar as riquezas que pertencem à nossa pátria”, disse em comunicado.
O mercado petrolífero reagiu com subida de preços ante a possível redução das exportações venezuelanas, embora ainda se aguarde para perceber como Trump aplicará o bloqueio e se este incluirá embarcações não sancionadas. Desde a apreensão, as exportações de crude venezuelano caíram abruptamente, situação agravada por um ciberataque que derrubou os sistemas administrativos da PDVSA, empresa petrolífera estatal da Venezuela.
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