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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que está "perto de encontrar vários países" dispostos a acolher palestinianos que desejem sair da Faixa de Gaza. A declaração foi feita durante um jantar na Casa Branca com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que confirmou o esforço conjunto entre os dois governos.
Netanyahu indicou que a saída dos habitantes deve ser uma opção: “Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair.” Segundo o líder israelita, decorrem contactos estreitos com os EUA para identificar países disponíveis a acolher os residentes do enclave, no sentido de lhes oferecer "um futuro melhor".
Donald Trump reforçou a posição, elogiando a cooperação dos países vizinhos de Israel e afirmando: “Algo de bom irá acontecer.” Recorde-se que, logo após tomar posse em janeiro, Trump propôs que os Estados Unidos assumissem o controlo da Faixa de Gaza e facilitassem a transferência da população para outros países.
Israel defende que este plano pode permitir uma emigração voluntária dos palestinianos. Contudo, a proposta foi rejeitada por vários países árabes, que a classificaram como uma tentativa de limpeza étnica e um obstáculo à criação de um futuro Estado palestiniano.
Netanyahu anuncia nomeação de Trump para o Prémio Nobel da Paz
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou a nomeação do presidente norte-americano, Donald Trump, para o Prémio Nobel da Paz, justificando o gesto com o papel de Trump na promoção da paz em diversas regiões, nomeadamente no Médio Oriente.
A nomeação foi formalizada na segunda-feira, no início de um jantar entre ambos na Casa Branca, durante o qual Netanyahu entregou pessoalmente a carta enviada ao Comité Nobel. “A distinção seria bem merecida”, afirmou o líder israelita, elogiando os esforços de Trump perante vários altos responsáveis presentes, como o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário da Defesa, Pete Hegseth.
Surpreendido ao receber a carta, Trump reagiu com satisfação: “Vindo de si, isto é muito significativo”, disse a Netanyahu. O presidente norte-americano tem repetidamente expressado o desejo de receber o Nobel, afirmando que o merece mais do que Barack Obama, laureado em 2009.
Trump já tinha sido nomeado anteriormente para o Nobel da Paz de 2025, primeiro pelo governo paquistanês, em reconhecimento pela trégua mediada entre a Índia e o Paquistão, e depois pelo congressista norte-americano Buddy Carter. De acordo com os estatutos do Comité Nobel, as nomeações podem ser feitas por membros de parlamentos nacionais e governos de Estados soberanos.
Um cessar-fogo que nunca chega
A visita de Netanyahu a Washington decorre num contexto de intensas negociações para um cessar-fogo em Gaza e após bombardeamentos conjuntos dos EUA e de Israel a instalações nucleares no Irão. Este é o terceiro encontro entre os dois líderes em menos de seis meses.
Trump tem pressionado Israel no sentido de alcançar uma trégua na Faixa de Gaza, que enfrenta uma grave crise humanitária. Novas negociações entre Israel e o Hamas estão em curso no Qatar, com o objetivo de firmar um cessar-fogo.
Antes do jantar, Trump declarou estar confiante de que o Hamas está disposto a aceitar um acordo: “Querem uma reunião e querem este cessar-fogo.” A proposta em discussão prevê uma pausa de 60 dias nos combates, durante a qual o Hamas libertaria 10 reféns vivos e 18 mortos, em troca de um número ainda indefinido de prisioneiros palestinianos. Durante este período, seria também intensificada a ajuda humanitária à população de Gaza e negociado um possível fim definitivo do conflito.
Os principais entraves ao acordo prendem-se com exigências mútuas: Israel insiste na rendição do Hamas e na sua extinção, enquanto o grupo exige a retirada total das tropas israelitas e o fim da guerra. Um cessar-fogo anterior, violado por Israel em março, levou à retoma da ofensiva militar, que se agravou nas últimas semanas.
O atual conflito teve início a 7 de outubro de 2023, com um ataque do Hamas que resultou em cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns. Em resposta, Israel lançou uma vasta operação militar na Faixa de Gaza, que já causou mais de 57 mil mortos, segundo dados das autoridades locais controladas pelo Hamas, e provocou destruição generalizada e deslocações em massa da população.
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