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O regulador britânico das comunicações, Ofcom, reportou uma redução imediata no número de visitantes em sites de pornografia popular após a introdução de verificações de idade em julho deste ano. Segundo o organismo, plataformas como Pornhub, o site mais visitado no Reino Unido, registaram uma diminuição significativa no tráfego.
Em agosto, o Pornhub registou 9,8 milhões de visitantes, menos 1,5 milhões do que no mesmo período de 2024. O relatório anual Online Nation, da Ofcom, indica que o número de visitantes aos dez sites de pornografia mais acedidos no Reino Unido estabilizou-se agora num “nível inferior” ao verificado antes de 25 de julho.
Dados fornecidos ao The Guardian pela empresa norte-americana Similarweb, que compilou as estatísticas para a Ofcom, sugerem que esta tendência se manteve para além de agosto. No último mês, o número de visitantes únicos no Pornhub caiu para 7,2 milhões, representando uma descida de 36% face a agosto de 2024. Os sites Xvideos e Chaturbate registaram quedas de 27% e 18%, respetivamente, no mesmo período.
A Ofcom sublinha, contudo, que o recurso a redes privadas virtuais (VPN) – que permitem contornar restrições de visualização ao redirecionar o acesso para outro país – disparou após a introdução das verificações de idade. O número de utilizadores de VPN mais do que duplicou, passando de 650 mil para um pico de mais de 1,4 milhões em meados de agosto. Atualmente, os números situam-se em cerca de 900 mil utilizadores, com uma tendência gradual de queda desde então.
O Pornhub, propriedade de uma empresa canadiana de private equity, comentou que a perda de utilizadores “não é surpresa” e acompanha padrões observados em outras jurisdições que implementaram verificações de idade rigorosas. A plataforma alega ainda que estas mudanças têm conduzido alguns utilizadores para sites que não cumprem o Online Safety Act (OSA).
No relatório da Ofcom, cerca de 60% dos adolescentes entre 11 e 17 anos afirmaram ter tomado medidas após encontrarem conteúdo prejudicial, como denunciar à plataforma ou bloquear o autor. A pesquisa foi realizada antes da entrada em vigor de novas regras, sob a OSA, que exigem que as plataformas impeçam o acesso de crianças a conteúdos prejudiciais, incluindo pornografia, suicídio e automutilação.
O estudo destacou que a forma mais comum de contacto com conteúdo prejudicial é através do feed das redes sociais, evidenciando que os algoritmos sugerem material inadequado aos menores. Em segundo lugar, surgem as interações em chats de grupo, ao visualizar comentários de terceiros.
Entretanto, o governo britânico anunciou uma revisão da legislação penal relacionada com a pornografia, para avaliar se as leis atuais são adequadas face à evolução do mundo online.
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