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Em conferência de imprensa, o populista Aleksandar Vucic acusou os responsáveis pelo protesto em Belgrado, organizado pelos estudantes universitários da Sérvia, de incitarem à violência e de ataques à polícia, pedindo a abertura de um processo judicial.
O Presidente da Sérvia criticou “os terroristas e aqueles que tentaram derrubar o Estado”, destacando o reitor da Universidade de Belgrado, Vladan Djokic, que estava entre os manifestantes.
Segundo a agência France Presse, a manifestação contra Aleksandar Vucic terá juntado no sábado pelo menos 100.000 pessoas, mantendo a pressão sobre o Governo após mais de sete meses de protestos liderados por estudantes que abalaram o país.
A enorme multidão gritou “Queremos eleições!” enquanto enchia a Praça Slavija, no centro da capital, e vários quarteirões em redor, com muitos sem conseguirem chegar ao local, descreveu a agência norte-americana Associated Press, indicando que a tensão era elevada antes e durante o protesto.
As eleições presidenciais e legislativas na Sérvia estão previstas para 2027.
Os manifestantes declararam o atual governo populista “ilegítimo” e atribuíram-lhe a responsabilidade por qualquer ato de violência.
Os confrontos entre a polícia de choque e manifestantes antigovernamentais no protesto em Belgrado, realizado no sábado, eclodiram após o término da parte oficial da manifestação.
A polícia usou gás pimenta, bastões e escudos, enquanto os manifestantes atiravam pedras, garrafas e outros objetos.
Houve 48 polícias que ficaram feridos e 22 manifestantes que procuraram assistência médica, revelou hoje a polícia.
O ministro do Interior, Ivica Dadic, indicou que foram detidas no sábado 77 pessoas, das quais 38 ainda continuam este domingo sob custódia da polícia, referindo que a maioria dos detidos enfrenta acusações criminais.
O Presidente da Sérvia avisou hoje que “haverá mais detenções”, referindo que “a identificação de todos os indivíduos está em curso”.
Os protestos antigovernamentais, liderados por estudantes universitários, iniciaram-se em novembro na sequência do desabamento da cobertura de uma estação ferroviária renovada na cidade de Novi Sad, no norte do país, que matou 16 pessoas. A causa da tragédia foi atribuída à corrupção no Governo e à negligência nos projetos de infraestruturas do Estado.
Em resposta aos manifestantes, Aleksandar Vucic rejeitou, repetidamente, eleições antecipadas em vez das previstas para 2027.
“A Sérvia ganhou. Não se pode destruir a Sérvia com violência”, disse Vucic, referindo que os manifestantes “queriam conscientemente incitar o derramamento de sangue” e avisando que “a hora da responsabilização está a chegar”.
Os críticos afirmam que Vucic se tornou cada vez mais autoritário desde que assumiu o poder, há mais de uma década, sufocando as liberdades democráticas e permitindo o florescimento da corrupção e do crime organizado, mas o Presidente da Sérvia rejeita essas acusações.
A Sérvia procura formalmente a adesão à União Europeia, mas o Governo de Vucic tem reforçado as suas relações tanto com a Rússia como com a China.
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