De acordo com um comunicado citado pela CNN, o Kremlin afirma ter atingido "um complexo militar-industrial da Ucrânia utilizado pelas Forças Armadas ucranianas", assim como "infraestruturas associadas a aeródromos militares".

Contudo, as autoridades ucranianas relatam que vários alvos civis foram também atingidos, incluindo habitações, uma panificadora, uma fábrica de pneus, um infantário e um hospital, além de infraestruturas residenciais e de serviços essenciais em várias regiões do país.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, adiantou que o ataque ocorreu durante a noite e que incluiu o lançamento de cerca de 500 drones e 40 mísseis, entre os quais mísseis de cruzeiro Kinzhal, um dos mais sofisticados no arsenal russo. Zelensky afirmou que se tratou de um ataque “vil”, levado a cabo no momento em que se encerrava a semana da Assembleia Geral das Nações Unidas, “deixando clara a verdadeira posição da Rússia”.

Segundo os últimos dados fornecidos pela Força Aérea Ucraniana, foram neutralizados 611 de um total de 643 drones e mísseis. Ainda assim, o ataque causou pelo menos quatro mortos e mais de 40 feridos, incluindo várias crianças. Entre as vítimas mortais encontra-se uma menina de 12 anos, confirmaram fontes oficiais.

As regiões mais atingidas incluem Kiev, Zaporíjia, Sumy, Mykolaiv, Khmelnytsky, Chernigiv e Odessa, cobrindo vastas áreas do norte, centro e sul da Ucrânia.

Imagens recolhidas pela CNN mostram a densa nuvem de fumo sobre a capital ucraniana na manhã de domingo, enquanto as defesas aéreas ucranianas continuavam a intercetar drones russos. Em Kiev, os estilhaços de mísseis abatidos provocaram danos num edifício de cinco andares, numa casa particular e num infantário, de acordo com o presidente da câmara, Vitali Klitschko.

No mesmo dia, as Forças Armadas da Polónia colocaram caças em alerta e realizaram manobras preventivas no espaço aéreo polaco, uma resposta direta ao aumento da tensão na região. Em comunicado, os militares polacos afirmaram que estas medidas visam "proteger os cidadãos e garantir a segurança do espaço aéreo, especialmente nas zonas mais próximas da fronteira".

Este novo ataque ocorre num momento em que vários países europeus, como Polónia e Estónia, têm manifestado preocupação com incursões aéreas russas nas suas fronteiras, apelando à adoção de uma postura mais firme por parte dos aliados da NATO.

Na véspera dos bombardeamentos, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, interveio na Assembleia Geral da ONU, rejeitando qualquer intenção russa de atacar países da NATO ou da União Europeia, classificando essas alegações como “provocações” sem fundamento.
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