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O dia começou com promessas de negociação, mas acabou com mais uma greve marcada. Depois de uma reunião no Ministério da Saúde, a Federação Nacional dos Médicos anunciou que vai parar no dia 24 de outubro, juntando-se à paralisação da Função Pública.

A decisão foi o reflexo direto do encontro desta quinta-feira, que a secretária-geral da FNAM, Joana Bordalo e Sá, descreveu como “um total desrespeito pelos médicos”. Em cima da mesa, o Governo apresentou três diplomas sobre a contratação de tarefeiros, as urgências regionais e os centros de elevado desempenho em ginecologia-obstetrícia. Nenhum deles, diz o sindicato, foi partilhado previamente.

“Não é uma negociação séria”, criticou Joana Bordalo e Sá, sublinhando que as novas medidas podem significar o encerramento definitivo de várias urgências e deixar grávidas e bebés sem cuidados de proximidade, especialmente na margem sul.

“Já nasceram 63 bebés em ambulâncias”, lembrou.

A FNAM acusa o Governo de manter um SNS assente no improviso e de recusar discutir o essencial — melhores condições de trabalho e salários justos. Pede a reposição das 35 horas semanais, a valorização da carreira médica e medidas de apoio à parentalidade.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, garante querer reformar o sistema, mas para os médicos as reformas estão a ser feitas sem diálogo e sem escuta. O encontro que devia aproximar posições acabou por revelar, mais uma vez, o abismo entre quem governa e quem segura o SNS todos os dias.

No fim, ficou o mesmo diagnóstico de sempre. O problema não é só a falta de médicos, é também a falta de entendimento.

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