
O acordo, ainda em fase de finalização, prevê que a empresa chinesa ByteDance mantenha uma participação inferior a 20% na nova entidade, com os restantes 80% a ficarem nas mãos de investidores norte-americanos. Entre os nomes envolvidos estarão a Oracle, do empresário Larry Ellison, bem como Michael Dell e Rupert Murdoch, segundo confirmou o próprio Trump.
O anúncio foi feito pela Casa Branca, numa publicação nas redes sociais.
Quem passa a mandar no TikTok?
Segundo a estrutura do acordo:
- A empresa chinesa ByteDance ficará com menos de 20% da propriedade da aplicação.
- Os restantes 80% ficarão nas mãos de investidores norte-americanos, ainda não totalmente identificados.
- O controlo do algoritmo da plataforma (a funcionalidade que determina o que os utilizadores veem) também passará para as mãos destes investidores dos EUA.
Quando entra em vigor?
A nova estrutura permitirá, segundo a Casa Branca, cumprir os requisitos legais de "desinvestimento qualificado" impostos por uma lei aprovada em 2024, que obrigava a venda da TikTok nos EUA ou a sua retirada das lojas de aplicações, por motivos de segurança nacional. A medida foi validada pela Suprema Corte e deveria ter entrado em vigor a 19 de Janeiro, mas foi sucessivamente adiada por ordens executivas de Trump desde a sua reeleição.
A ordem assinada atrasa o banimento da aplicação por mais 120 dias, até 23 de Janeiro de 2026, para permitir a conclusão do negócio e da transferência de propriedade.
E a China, o que diz?
O governo chinês mostrou-se favorável ao acordo, desde que seja feito dentro das leis e regulamentos chineses, respeite as regras do mercado e proteja os interesses da empresa.
“Esta será uma operação americana de ponta a ponta”, afirmou o presidente durante a assinatura, citado pela NBC. “Agradeço ao Presidente Xi pela aprovação do acordo. Era essencial ter o apoio da China".
A aplicação tem sido alvo de críticas por parte de legisladores e especialistas em segurança que receiam o acesso chinês a dados de utilizadores norte-americanos, ou a possibilidade de manipulação de conteúdos através do algoritmo da plataforma. O novo acordo prevê que esse algoritmo passe também para controlo dos investidores americanos, embora os detalhes técnicos ainda estejam por definir.
Desde há vários anos que o TikTok tem sido alvo de suspeitas de espionagem por parte dos EUA, devido à ligação à China. Em 2024, o Congresso aprovou uma lei bipartidária exigindo que a ByteDance vendesse o TikTok a uma entidade americana, ou enfrentaria a proibição da aplicação no país.
Trump está a mudar de posição?
Em 2020, Trump quis banir completamente o TikTok (algo que os tribunais bloquearam). Mas desde 2024, mudou de tom: criou a sua própria conta na aplicação para alcançar jovens eleitores e agora diz querer "salvar o TikTok", por razões económicas e políticas.
O TikTok tem cerca de 170 milhões de utilizadores nos EUA. Milhares de pequenos negócios usam a plataforma para vender produtos e promover serviços e, por isso, uma eventual proibição teria impacto económico e político significativo.
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