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A decisão do governo italiano de extrema-direita de restaurar o feriado nacional em homenagem a São Francisco de Assis representa um gesto de afirmação identitária e religiosa, que tem despertado tanto entusiasmo popular como críticas de setores preocupados com o impacto económico da medida.

Segundo o The Guardian, milhões de trabalhadores italianos deverão voltar a ter direito a um dia de descanso remunerado, todos os anos, a 4 de outubro, data que assinala a festa litúrgica do santo.

O projeto de lei, aprovado com larga maioria na câmara baixa do parlamento italiano, segue agora para o Senado, onde se espera a confirmação final. O texto sublinha que a recuperação deste feriado visa homenagear a dedicação de São Francisco “à paz, à fraternidade, à proteção do ambiente e à solidariedade”.

Entre os críticos da iniciativa surgem vozes que alertam para os custos de mais um dia de inatividade económica, sobretudo num país que continua a enfrentar desafios financeiros. No entanto, responsáveis do partido Irmãos de Itália rejeitam essas preocupações. Lorenzo Malagola, deputado do partido, afirmou num comunicado que o regresso do feriado “não é um desperdício nem um capricho da maioria”, mas sim “a reposição de um pilar da nossa memória coletiva na esfera pública”

"Não se trata apenas de adicionar mais um feriado ao calendário – é uma escolha que toca o âmago da identidade da nossa nação. São Francisco não faz parte apenas da história religiosa, ele é parte integrante da nossa história civil", acentua.

São Francisco de Assis, nascido em finais do século XII na cidade de Assis, na região da Úmbria, ficou conhecido por ter abandonado uma vida de privilégios para se dedicar à pobreza voluntária, à caridade e à defesa dos mais desfavorecidos. Fundador da Ordem Franciscana, foi canonizado em 1228, apenas dois anos após a sua morte, e em 1939 foi declarado padroeiro de Itália pelo Papa Pio XII. Figura central da espiritualidade cristã, São Francisco é também lembrado como poeta e místico, cuja mensagem de simplicidade e harmonia com a natureza ressoa ainda hoje.

O feriado em sua honra foi introduzido pela primeira vez em 1958, num período de crescimento económico no pós-guerra. Contudo, em 1977 foi retirado do calendário oficial como parte de um conjunto de medidas de austeridade.

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