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As ameaças do uso de bombas nucleares têm sido recorrentes nos últimos anos, primeiro na guerra que opõe Rússia e Ucrânia e mais recentemente entre Israel e o Irão. As ameaças, contudo, não passaram ainda disso mesmo, de ameaças, mas a verdade é que alguns dos países envolvidos nestes conflitos estão na posse desse armamento.

De acordo com dados recentes da ONU, existem atualmente cerca de 12.500 armas nucleares, e a Rússia será o país com maior armamento deste tipo, concretamente com 1.822 ogivas e 521 mísseis balísticos intercontinentais.

Seguem-se os Estados Unidos, que na semana passada atacaram o Irão, em apoio a Israel. Os EUA terão 1.679 ogivas, segundo as Nações Unidas.

Israel, outro país em guerra, surge na oitava posição, com 90 armas nucleares.

A completar o pódio está a China com 500 ogivas e aproximadamente 134 mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), depois Franca, com 290, o Reino Unido com 225, Paquistão possui 180 e a Índia 160. Em último lugar surge a Coreia do Norte com seis.

Só duas bombas foram utilizadas e no mesmo conflito

Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos fizeram uso, pela primeira e única vez na história, de armas nucleares contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Estas bombas foram utilizadas para forçar o Japão a render-se e evitar que as tropas americanas precisassem invadir o país por terra.

Este conflito foi iniciado após um ataque surpresa dos japoneses contra a base naval americana de Pearl Harbor, localizada no Havai, em 7 de dezembro de 1941, tendo resultado na morte de 2500 norte-americanos, tendo levado os EUA a declarar guerra ao Japão.

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Em julho de 1945, os EUA e as potências que faziam parte dos Aliados reuniram-se durante a Conferência de Potsdam para solicitar a rendição imediata do Japão, com Harry Truman, presidente dos EUA, a afirmar que o seus país seria capaz de usar as bombas atómicas em caso de recusa dos japoneses.

De acordo com os historiadores, esta posição surge porque Truman não queria invadir o Japão de forma a evitar mais mortes de soldados. Além disso, a opinião pública americana começava a aborrecer-se com a demora em acabar com a guerra e, por isso, o governo sentia a pressão para antecipar o fim do conflito.

O Japão recusou os termos estipulados na Declaração de Potsdam e, assim, os Estados Unidos lançaram a primeira bomba, Enola Gay, sobre a cidade de Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945. A segunda bomba lançada a 9 de agosto sobre Hiroshima recebeu o nome de Little Boy.

Com o lançamento das bombas acabou por ser alcançado o objetivo dos Estados Unidos: a rendição japonesa. O governo japonês aceitou render-se no dia 14 de agosto de 1945 e marcou em definitivo o fim da Segunda Guerra Mundial.

Como funciona e os efeitos de uma bomba nuclear

A grande quantidade de energia liberada pela detonação de uma bomba nuclear pode ser obtida por meio de dois processos diferentes: a fissão nuclear ou a fusão nuclear, que envolvem as partículas que compõem o núcleo atómico (nêutrons e prótons).

As bombas nucleares são as armas mais destrutivas, levando em conta a enorme devastação imediata e os efeitos que perduram ao longo de muitos anos após a sua detonação.

Os efeitos imediatos da detonação de uma bomba nuclear, como as usadas na Segunda Guerra Mundial incluem:

  • Surgimento de uma grande bola de fogo, com cerca de 180 m de raio, que destrói tudo nessa mesma área;
  • Formação de uma onda de choque inicial, que causa um deslocamento de ar capaz de danificar e até mesmo derrubar prédios num raio de 340 metros;
  • A morte de 50% a 90% das pessoas localizadas num raio de 1,2 km do ponto de detonação;
  • Colapso de infra-estruturas num raio de cerca de 1,70 km do centro da explosão;
  • A 1,91 km do ponto zero, as pessoas sofreriam queimaduras de terceiro grau, acidentes potencialmente letais e/ou que levariam à invalidez;
  • Além dos efeitos imediatos e a curto prazo, a detonação de uma bomba acarretaria uma grande quantidade de problemas à saúde humana ao longo de gerações, devido ao surgimento de mutações genéticas desenvolvidas pela exposição de adultos, crianças, gestantes e até mesmo fetos à radiação.