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Os organizadores, reunidos sob a bandeira Global Sumud Flotilla, afirmam que o objetivo é “abrir um corredor humanitário e pôr fim ao genocídio em curso contra o povo palestiniano”. Não foi especificado quantos barcos deixam hoje o porto espanhol, mas outros navios deverão zarpar de portos mediterrânicos, como a Tunísia, no dia 4 de setembro.
O brasileiro Thiago Ávila, coordenador da Flotilha pela Liberdade no Brasil, destacou que “esta será a maior missão de solidariedade da história, com mais pessoas e mais barcos do que todas as tentativas anteriores combinadas”.
Entre os participantes estão a ex-presidente da câmara de Barcelona Ada Colau e a deputada portuguesa Mariana Mortágua, que sublinhou que “esta é uma missão legal ao abrigo do direito internacional”. Greta Thunberg, membro do comité de coordenação, anunciou ainda que protestos e ações solidárias ocorrerão em 44 países em simultâneo.
Israel já impediu duas iniciativas semelhantes nos últimos meses. Em junho, a embarcação Madleen, com Greta a bordo, foi intercetada em águas internacionais, 185 quilómetros a oeste de Gaza, com os ativistas detidos e expulsos. Em julho, outro navio, o Handala, sofreu o mesmo destino.
A flotilha agora em curso deverá chegar a Gaza em meados de setembro, caso consiga evitar a interceção israelita.
Flotilhas pela liberdade: uma longa história de resistência
Segundo uma investigação do jornal Al Jazeera, desde 2007 várias missões navais internacionais tentaram furar o bloqueio marítimo imposto por Israel. Algumas conseguiram, como as primeiras duas embarcações do Free Gaza Movement em 2008, mas a maioria foi intercetada em águas internacionais.
O episódio mais sangrento ocorreu em 2010, quando comandos israelitas assaltaram o navio turco Mavi Marmara, matando 10 ativistas e ferindo dezenas, o que gerou indignação global. Desde então, todas as tentativas de levar ajuda diretamente por via marítima foram barradas — com relatos de violência, detenções prolongadas e expulsões.
Em 2025, a repressão intensificou-se: além da apreensão da Madleen e da Handala, outro navio — o Conscience — foi atingido por drones armados ao largo de Malta, sofrendo danos graves e ferindo tripulantes.
Apesar disso, as flotilhas continuam a zarpar, sustentadas pelo argumento de que desafiar o bloqueio é não só um ato de solidariedade, mas também uma afirmação de legalidade internacional contra aquilo que ativistas e juristas denunciam como um cerco ilegal e desumano.
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