
Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
Oficialmente integrada no município de Alicante, Tabarca é acessível através de ferries com fundo de vidro que ligam a ilha ao porto de Santa Pola várias vezes por dia. Esta proximidade ao continente não impediu que a ilha mantivesse uma identidade singular, marcada por uma história invulgar que remonta ao século XVIII, conta a CNN.
O nome “Nueva Tabarca” recorda a origem dos seus primeiros habitantes espanhóis: sobreviventes da antiga ilha de Tabarka, na costa da Tunísia. No século XVI, a família genovesa Lomellini obteve permissão para explorar coral vermelho naquela região. No entanto, em 1741, forças do Bey otomano de Tunes invadiram Tabarka, escravizando muitos habitantes. Os que conseguiram escapar receberam refúgio em Espanha, numa ilha até então conhecida como Illa Plana, que passou a chamar-se Nueva Tabarca em memória do lar perdido.
O assentamento foi planeado com rigor: engenheiros militares desenharam uma malha urbana regular, com ruas largas que se cruzam em ângulos retos, convergindo para uma praça central. Um perímetro fortificado protegia a comunidade das frequentes incursões de piratas berberes. Alguns sobreviventes refugiaram-se também na Sardenha, onde fundaram as vilas de Carloforte e Calasetta, preservando até hoje o dialeto “Tabarchino” e uma cultura distinta. Recentemente, esforços têm sido feitos para reconectar estas três comunidades Tabarchinas, com encontros e iniciativas culturais que evocam a sua história comum.
Em 1986, Tabarca tornou-se a primeira reserva marinha de Espanha. Cerca de dois terços da ilha permanecem praticamente intocados, oferecendo abrigo a diversas espécies marinhas. A área urbanizada adaptou-se ao turismo, convertendo casas tradicionais em alojamentos de curta duração. Apesar disso, a ilha mantém um ritmo de vida lento: a maioria dos turistas são excursionistas de um dia, e os visitantes internacionais podem representar até 80 a 90% do total.
Num dia calmo, os gatos superam em número os humanos nas ruas largas e limpas da ilha. Um estudo de 2023 indicou que havia aproximadamente o dobro de gatos em relação aos habitantes permanentes. No pico do verão, o número de visitantes pode chegar a 10 000 num único dia, criando um contraste marcado com os meses de menor afluência, entre novembro e março, quando os transportes para o continente são reduzidos e os serviços públicos escasseiam.
A população local tem reivindicado melhorias, como transporte público garantido e descontos nas viagens para o continente, equiparando-se a residentes de outras ilhas espanholas. Um sistema de bilhética electrónica também tem sido sugerido para gerir melhor o fluxo de visitantes e planear infraestruturas e serviços públicos.
__
A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útilCom o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.
Assine a nova newsletter do 24notícias aqui.
Comentários