Segundo a Constituição dos Estados Unidos da América não é permitido um terceiro mandato, mas, recentemente Donald Trump tem andado a olhar para tal. Apesar de ser improvável nesta altura, o filho Eric, em entrevista ao Financial Times, afirmou que “seria fácil [fundar uma dinastia presidencial]. Quero dizer, acho que o conseguiria fazer. E, já agora, acho que outros membros da nossa família também o poderiam fazer", afirmou.

Eric Trump, terceiro filho do primeiro casamento de Donald Trump e vice-presidente da Organização Trump, afirma estar hesitante em mudar-se para a Casa Branca, por causa dos seus filhos. Não tem a certeza se seria “justo” fazê-los passar pelo que ele passou nos dez anos desde que o seu pai desceu as escadas rolantes da Trump Tower em Nova Iorque para anunciar os seus planos presidenciais.

Olhando para os outro filhos de Trump, Donald Jr, está muito ligado à campanha Make America Great Again do pai. Um eficaz angariador de fundos, tem também um podcast e escreve um boletim informativo em que comenta as notícias de Washington. Foi fundamental na promoção do seu amigo J. D. Vance como candidato a vice-presidente nas últimas eleições e, numa recente visita ao Qatar, foi-lhe perguntado se se prestaria a substituir o pai e respondeu: "Não sei, talvez um dia. Essa vocação está certamente presente".

Já Ivanka Trump teve um papel de destaque na primeira administração Trump (2017-2021) ao lado do marido, Jared Kushner, que em Washington era chamado de “genro de ouro”, mas, ambos estão afastados do atual Governo. Já o mais novo filho de Donald Trump, Barron, que é o único filho da primeira-dama, Melania Trump, ainda é jovem. Tem 19 anos, mas já deixou a sua marca. Foi dele a ideia de levar o pai a fazer podcasts durante a campanha de 2024, onde conquistou um bom número de votos entre os jovens.

Esta não seria a primeira vez que há pais e filhos na presidência dos EUA. A mais recente é a dos dois George Bushe (que governaram entre 1989 e 1993 e entre 2001 e 2009, respetivamente). É uma história que inclui a tentativa frustrada de colocar o irmão mais novo, Jeb Bush, que se tornou governador da Flórida e candidato nas primárias republicanas de 2016 que consagraram Trump. Antes disso, há os casos de John Adams (1797-1801), o segundo presidente da história do país, e John Quincy Adams (1825-1829), o sétimo.

No capítulo dos parentes distantes estão os Roosevelts e os Harrisons. Teddy e Franklin Delano Roosevelt eram primos afastados e ambos foram presidentes, o primeiro no início do século XX e o segundo entre a Grande Depressão, da qual saiu, e a Segunda Guerra Mundial. Benjamin Harrison (1889-1893) era neto de William H. Harrison, que governou o país durante 32 dias antes de morrer de pneumonia em 1841

Voltando à família Trump, o seu possível salto para a arena política não foi o único assunto abordado por Eric Trump no Financial Times. Para Eric,  “se há uma família que não beneficiou da política, é a família Trump”. Apesar disso, tal como o pai, Eric Trump não considera a interminável série de exemplos de conflitos de interesses em que o poder exercido pelo patriarca e os negócios geridos pelos filhos se misturam desde a tomada de posse do presidente, em janeiro passado: uma lista que inclui negócios imobiliários, investimentos de milhares de milhões em criptomoedas ou a criação da memecoin $TRUMP, com a qual ganharam 350 milhões de dólares.