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A iniciativa, apresentada hoje em Lisboa, insere-se no compromisso da plataforma em oferecer uma experiência de mobilidade mais personalizada, segura e ajustada às preferências individuais, contribuindo para um setor mais inclusivo e representativo. Durante a fase-piloto, o serviço funcionará apenas em Lisboa, mas será progressivamente alargado a outras cidades do país.
Francisco Vilaça, diretor geral da Uber, disse na apresentação aos jornalistas que esta nova funcionalidade significa “dar mais liberdade de escolha e autonomia”, tanto a motoristas mulheres como a passageiras. Reforçou que apenas 9% dos TVDE são conduzidos por mulheres, “uma divergência entre a população TVDE e a população em geral” e, por isso, decidiram tomar medidas para tornar o setor mais competitivo. Compara-o ao Uber Sénior — opção para a terceira idade — ou ao Uber Green, que permite escolher carros elétricos
Francisco Vilaça assegura que a segurança é a prioridade da Bber e que para isso a empresa criou mais de 20 ferramentas para a garantir, como a gravação áudio, partilha de viagem em tempo real, botão de emergência ou reconhecimento visual de motoristas.
Acrescenta ainda que de três em três meses o registo criminal dos passageiros é verificado e que a empresa faz um acompanhamento em tempo real com o IMT.
O 24notícias questionou Francisco Vilaça se esta nova opção significa que todos os outros Ubers são inseguros para mulheres. O diretor geral garantiu que não se trata de uma “questão de segurança, mas sim de uma questão de escala. O objetivo é aumentar o número de motoristas femininas e o número de passageiras”.
Segundo a empresa, ao oferecer maior liberdade de escolha, a Uber espera atrair mais mulheres para a profissão, criando condições mais apelativas e flexíveis para quem procura uma alternativa profissional adaptada às suas necessidades.
Importa lembrar que no fim do ano passado soube-se que a Pinker, uma plataforma de TVDE destinada exclusivamente a mulheres — com motoristas e passageiras do sexo feminino —, não deverá avançar em Portugal após o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) suspender a sua licença, alegando violação da lei que proíbe discriminação no acesso a serviços de transporte.
A fundadora, Mónica Faneco, recusou alterar o modelo de negócio e já apresentou duas contestações ao IMT, defendendo que a Pinker visa a proteção e segurança das mulheres, considerando tratar-se de uma forma de “discriminação positiva”. Afirmou que, caso o IMT mantivesse a suspensão, iria abandonar o mercado português e avançar com o projeto noutros países, como Espanha e Itália.
Paralelamente, lançou uma petição pública intitulada “Promoção da Criação de Empresas Exclusivas para Mulheres”, defendendo que este tipo de iniciativas promove a igualdade de género, o empreendedorismo feminino e ambientes de trabalho mais seguros e inclusivos. A petição já reúne centenas de assinaturas e apela à Assembleia da República para debater medidas legais e fiscais de apoio a empresas fundadas ou geridas apenas por mulheres.
Durante a conferência de imprensa, Francisco Vilaça foi confrontado com a questão da Pinker e lembrou que se trata apenas de uma opção e que, neste caso, a Uber nem sequer teve de pedir uma autorização ao IMT. Esta opção serve para resolver um “desequilibrio no número de mulheres motoristas”.
Ao longo da conversa com os jornalistas vai salientando a “reserva de opção” numa “plataforma inclusiva”. Para Francisco Vilaça é importante a ideia de que todos podem viajar na Uber e que este é apenas mais um “produto adicional sobre uma base de seis ou sete opções”.
Numa plataforma que criou mais de 28 mil postos de trabalho no transporte de ligeiros, ressalva que querem que “mais mulheres estejam interessadas em conduzir, façam o curso e sejam motoristas”.
O serviço Women Drivers da Uber estará acessível através da app da Uber, sem qualquer custo adicional, todos os dias da semana. No entanto, durante a fase inicial, a sua disponibilidade poderá variar consoante o número de motoristas mulheres registadas e ativas na área.
Este lançamento em Portugal segue-se à implementação do serviço noutros mercados internacionais, como França, Alemanha, Polónia, África do Sul, Argentina e Austrália. A aposta reflete a estratégia global da Uber em promover maior liberdade de escolha para os seus utilizadores, respondendo a necessidades específicas com soluções diferenciadas.
Esta opção está disponível a partir da próxima semana em Lisboa e depois será alargada a mais cidades do país. Em resposta ao 24notícias, Francisco Vilaça volta a pôr a tónica na “autonomia e total liberdade”. E, por isso, se uma mulher escolher ser transportada por outra mulher, mas viajar com amigos do sexo masculino, vai ser opção da motorista transportá-los ou não, não havendo regras para isso.
O 24notícias questionou ainda sobre a crescente dificuldade em apanhar Uber em Lisboa, Francisco Vilaça assegura que não tem a ver com nenhuma fiscalização que obrigou ao despedimento de motoristas. Justifica com o “aumento da procura a um ritmo acelerado e o facto de a oferta não ter crescido ao mesmo ritmo”. Por fim, aos jornalistas, Francisco Vilaça estima que não haja um impacto das políticas de imigração no funcionamento normal da Uber.
Além deste novo serviço hoje apresentado, a Uber continua a diversificar as suas ofertas de mobilidade no país. Entre as opções já disponíveis encontram-se o Uber Sénior, que promove maior autonomia aos mais velhos, e o Uber for Teens, que permite aos adolescentes viajar com supervisão em tempo real dos pais ou responsáveis.
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