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Um estudo da Randstad debruça-se nos “Mitos e Realidades sobre a Migração e o Mercado de Trabalho”. Como ponto de partida há de dez perceções e, segundo comunicado enviado às redações, consegue verificar-se que as “ideias feitas nem sempre se confirmam nos dados.”
Os imigrantes ocupam os empregos dos portugueses
Os dados do Ministério do trabalho, Solidariedade e Segurança Social demonstram que os estrangeiros em Portugal preenchem vagas em setores onde existe escassez de mão de obra nacional ou ocupam posições que os portugueses não procuram.
A agricultura, onde existe uma carência estrutural de mão de obra, tem quase 3% de portugueses contra quase 7% de estrangeiros.
O setor da hotelaria enfrenta desafios para encontrar e reter talento, a população estrangeira é de 18,3% contra 8,7% dos portugueses.
Por último, as atividades administrativas e os serviços de apoio ( inclui atividades como a limpeza) contam com quase 21% de estrangeiros e apenas metade são portugueses, quase 10%.
Os imigrantes que vêm para Portugal têm qualificações mais baixas
Os dados da Eurostat revelam que a população estrangeira em Portugal (entre 15 e 74 anos) desfaz o mito de qualificações baixas, aponta o estudo.
Em Portugal, 31,6% dos estrangeiros tem o ensino superior, um valor que é superior à média da UE (27,4%). A percentagem de estrangeiros com até o ensino básico, em Portugal, é de 24,8% muito inferior à media europeia de 40,6%.
Os portugueses estão mais sobrequalificados do que os estrangeiros para os trabalhos que realizam
A taxa de sobrequalificação dos portugueses é de 15,7% e a estrangeira é de 42,8%.
A taxa de sobrequalificiação na UE é de 21,5% subindo para 36% nos estrangeiros. Portugal destaca-se negativamente, com um fosso “particularmente amplo” entre a sobrequalificação total e a dos estrangeiros.
Os imigrantes sobrecarregam os sistemas de Segurança Social
Estão longe de ser um encargo pois contribuem significativamente para a sustentabilidade da Segurança Social. O ritmo de crescimento das contribuições superou largamente o das prestações e reflete não apenas o maior número de imigrantes, mas também a sua inserção no mercado de trabalho.
Em 2024, as contribuições chegaram aos quase quatro milhões de euros enquanto receberam apenas 687 milhões de euros. O que revê para o país um saldo líquido positivo de quase trÊs milhões de euros.
Os estrangeiros estão mais tempo desempregados
Análise dos dados da Eurostat entre 2003 e 2024 revelam que a proporção de desempregados de longa duração é consistentemente mais baixa para os estrangeiros do que para a população total ao longo de quase todo o período analisado.
A migração em Portugal não é um fenómeno recente, mas está a alcançar valores sem precedentes
A população estrangeira residente ultrapassou pela primeira vez a marca de 1 milhão de pessoas. Em 2023, a população estrangeira com estatuto legal de residente alcançou o valor 1.045.398 pessoas, um crescimento de mais de 33% no último ano. Na última década a população estrangeira quase triplicou.
Imigrantes estão mais concentrados em trabalhos não qualificados
A análise da distribuição profissional dos trabalhadores por conta de outrem (TCO) em Portugal, revela uma concentração dos profissionais estrangeiros em trabalhos menos qualificados, independentemente do seu nível de escolaridade. No campo dos trabalhadores não qualificados: enquanto 14,5% dos portugueses se enquadraram nessa função, essa percentagem duplica para os estrangeiros, com 29,6%
A população imigrante é mais jovem, em média, do que a população portuguesa
Os dados do INE confirmam que a população imigrante é mais jovem do que a população portuguesa em geral. Em 2023, a percentagem de imigrantes com idades entre 20 e 44 anos atingia 55% do total de imigrantes, enquanto para o total de residentes em Portugal esta faixa etária representava apenas 29%.
A taxa de desemprego dos estrangeiros é mais alta do que a da população portuguesa
A taxa de desemprego dos estrangeiros quase duplica a taxa de desemprego da população total em Portugal. No primeiro trimestre de 2025 a taxa de desemprego para estrangeiros era de 11,9%, enquanto para a população total era de 6,6%. Além desta diferença, há uma maior sazonalidade da taxa de desemprego dos estrangeiros. Esta maior volatilidade mostra que os profissionais estrangeiros estão frequentemente empregados em setores como o turismo, a agricultura e a construção.
A contratação temporária e a tempo 10 parcial é superior para os estrangeiros
A percentagem de profissionais estrangeiros com empregos temporários é o dobro da verificada entre os profissionais portugueses.. Em 2024, foi de 35,8%, mais do dobro da registada para o total da população (15,9%). Da mesma forma, o emprego a tempo parcial, também era mais prevalente entre os estrangeiros (11,2%) do que para a população total (8,1%).
O Governo de Montenegro, desde 2024, tem colocado a imigração como tema central através de medidas como, por exemplo, a Lei dos Estrangeiros que tem sido controversa e está em análise pelo Tribunal Constitucional. Luís Montenegro, disse acreditar que o Tribunal Constitucional validará as alterações à lei dos estrangeiros, rejeitando que o Governo atue conforme a "agenda do A ou do B".
Esta declaração do Primeiro-Ministro português ocorre depois do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter enviado o diploma para o Tribunal Constitucional, o "Presidente teme que haja suspeitas de alterações que possam violar princípios de igualdade e proporcionalidade no acesso à justiça"
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