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A vitória, contudo, foi marcada por protestos sangrentos. No domingo, quatro manifestantes foram mortos a tiro em Douala, capital económica do país, durante confrontos com as forças de segurança, de acordo com as autoridades locais. Mais de 100 pessoas foram detidas em todo o território, depois de milhares de apoiantes da oposição saírem às ruas para exigir “resultados credíveis” das eleições presidenciais de 12 de outubro.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram manifestantes a erguer barricadas e a enfrentar a polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo para dispersar a multidão em Douala e noutras cidades como Garoua e Maroua, no norte. Segundo o governador da região do Litoral, Samuel Dieudonné Ivaha Diboua, citado pela SkyNews, também houve membros das forças de segurança feridos durante os confrontos.

A oposição, liderada por Tchiroma Bakary, acusa o Governo de manipular o processo eleitoral, ao utilizar o “aparelho de Estado” para garantir a vitória de Paul Biya e desqualificar adversários mais fortes. O candidato opositor chegou mesmo a declarar-se vencedor dias antes da divulgação oficial dos resultados, e afirmou ter obtido dados paralelos que lhe davam vantagem.

O descontentamento reflete-se especialmente entre os jovens camaroneses, que veem em Biya um símbolo de imobilismo político. “Votei em Tchiroma porque quero mudança. Estou pronto a arriscar a vida para defender o meu voto”, disse à Sky News Oumarou Bouba, comerciante de 27 anos da cidade de Maroua.

Apesar das críticas, Biya, o chefe de Estado mais idoso em exercício no mundo, deve agora manter-se no poder além dos 100 anos, caso cumpra o novo mandato. O seu partido, o Movimento Democrático do Povo Camaronês, afirma que o resultado confirma “a confiança do povo na estabilidade e na experiência” do presidente.

Os protestos, no entanto, indicam que a estabilidade do país está longe de garantida. Organizações da sociedade civil denunciam repressão violenta e detenções arbitrárias, enquanto observadores internacionais alertam para o risco de agravamento da crise política no país.

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