
O Governo anunciou hoje que Álvaro Santos Pereira vai substituir Mário Centeno e encabeçar o cargo de governador do Banco de Portugal. O nome foi avançado pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
Qual a notícia?
O mandato de Mário Centeno no Banco de Portugal chegou ao fim, apesar deste ter revelado que gostaria de ser reconduzido para um segundo mandato, como está previsto na lei.
A decisão de Luís Montenegro, Primeiro-ministro de Portugal deveu-se ao facto do ex-ministro das Finanças prever o regresso dos défices.
Quem é o sucessor?
Figura conhecida do governo de Pedro Passos Coelho, onde assumiu a pasta da Economia entre 2011 e 2013, destacou-se por defender reformas estruturais durante o período da troika. Desde então, afastou-se da política ativa, mas tem mantido uma presença constante no debate económico internacional.
É licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra e tem um doutoramento na mesma matéria pela Universidade Simon Fraser, em Vancouver, Canadá, onde também leccionou Desenvolvimento Económico e Política Económica. Foi também professor visitante na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.
Entre 2004 e 2007, foi docente de Economia Europeia e Desenvolvimento Económico no departamento de Economia da Universidade de Iorque, no Reino Unido.
É também autor de vários livros como "Portugal na Hora da Verdade", "O medo do Insucesso Nacional" e "Os Mitos da Economia Portuguesa".
Esta quinta-feira, o nome do economista foi oficialmente anunciado, em conferência de imprensa.
Em entrevista recente ao semanário, Santos Pereira afirmou estar “muito feliz na OCDE” e disse gostar “muito do que faço”, recusando responder diretamente a questões sobre o mandato de Centeno. Defendeu, no entanto, a importância da independência dos bancos centrais: “Para os bancos centrais terem impacto e serem garantes da estabilidade financeira, bancária e de preços tem de haver independência. […] O Banco Central não pode ser político, tem de ser independente e técnico.”
Que outros nomes estavam em cima da mesa?
Entre os restantes nomes mencionados estava, figuras de relevo na academia e no setor financeiro, como Sérgio Rebelo, economista formado nos EUA, com doutoramento pela Universidade de Rochester e experiência como consultor de instituições como o Banco Mundial, Comissão Europeia, FMI, BCE, McKinsey Global Institute e Goldman Sachs. Também Luís Cabral, docente na Universidade de Nova Iorque, surgiu entre os potenciais perfis.
A estes juntaram-se outros nomes com forte peso no sistema financeiro português, como Vítor Bento, António Ramalho, Luís Máximo dos Santos e, mais recentemente, Carlos Tavares, todos mencionados como possíveis sucessores de Centeno.
Sobre a ponderação de Vítor Gaspar e Ricardo Reis, tudo indica que ambos terão recusado o convite do governo. Segundo o Negócios, Vítor Gaspar terá já aceitado um lugar noutra instituição, após deixar o Fundo Monetário Internacional, em novembro.
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