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Segundo o Ministério da Defesa russo, os drones em questão não tinham como objetivo atingir alvos em território polaco. No entanto, o incidente, que levou à interceção de até quatro drones por aviões polacos e da NATO, marca a primeira vez que drones russos são abatidos sobre um país da aliança atlântica, de acordo com a BBC.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, classificou a situação como "a mais próxima de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial". Durante o ataque, a Rússia lançou mais de 400 drones sobre a Ucrânia, numa das maiores ofensivas aéreas dos últimos meses.

Donald Tusk confirmou que 19 drones russos violaram o espaço aéreo polaco, sendo que quatro foram abatidos com a colaboração de forças da NATO. O episódio ocorre na véspera dos exercícios militares russos Zapad 2025 na Bielorrússia, alimentando receios de um teste deliberado à capacidade de resposta da aliança ocidental.

Reação do Reino Unido e da NATO

O ministro da Defesa britânico, John Healey, classificou a incursão como "perigosa e sem precedentes", e afirmou que o Reino Unido está a avaliar formas de reforçar a defesa aérea da NATO na Polónia. “Estamos perante uma escalada que não pode ser ignorada”, alertou Healey.

Já a Rússia mantém uma posição ambígua. Não nega diretamente o envolvimento, mas insiste que não tinha planos para atacar território polaco. Moscovo acusou Varsóvia de "espalhar mitos" e de "tentar intensificar a crise ucraniana".

Analistas ucranianos citados pela BBC afirmam que esta ação não foi acidental, mas sim uma "provocação controlada" para testar os limites da NATO e observar a reação de líderes como Donald Trump, que já questionou o incidente na sua rede social, ironizando: "Aqui vamos nós outra vez!"

Com a fronteira oriental da NATO sob crescente pressão e a Rússia a manter uma postura desafiadora, cresce o receio de que novos episódios semelhantes possam acelerar o caminho para um confronto mais direto. Como alertou o responsável ucraniano Andriy Kovalenko: “Ou mostramos força agora, ou enfrentamos uma guerra pelos Bálticos no futuro. Não há terceira opção.”