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O apagão ibérico de 28 de abril teve origem numa sequência de desligamentos súbitos de produção de energia renovável, que levou à perda de sincronismo com a rede continental europeia, segundo o painel de peritos que investiga o incidente.

O painel de peritos da Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transporte de Eletricidade (ENTSOE) apresentou o seu primeiro relatório e veio confirmar que se tratou do "mais severo apagão na Europa nos últimos 20 anos e o primeiro do seu género". E deixou desde já o alerta: a rede elétrica precisa de tomar medidas para garantir um melhor controlo de tensão, de forma a evitar que se repitam episódios como a queda em cascata de largos volumes de produção de eletricidade.

Segundo o Expresso, o relatório divulgado esta sexta-feira aponta que, embora a queda em cascata tenha sido provocada pelo desligamento de largas unidades de produção renovável, Espanha deveria ter assegurado uma maior capacidade de controlo da voltagem, independentemente da tecnologia de produção em uso.

“Trata-se de novo território. Nunca aconteceu algo semelhante na Europa nem no mundo. Não encontrámos qualquer referência”, afirmou Klaus Kaschnitz, co-responsável do painel de peritos, citado pelo semanário.

Portugal não violou limites de tensão

De acordo com os especialistas, em Portugal não houve violações dos níveis de tensão, uma vez que a rede nunca atingiu os 420 kilovolts. Já em Espanha, vários nós da rede ultrapassaram esse limite, provocando a sobretensão que desligou automaticamente diversas centrais de produção, levando ao colapso da rede às 12h33 locais.

À hora do apagão, Espanha registava elevada produção fotovoltaica, que rapidamente se desligou devido à sobretensão. Para os peritos, este caso mostra que a gestão dos níveis de tensão deve ser feita localmente, junto das unidades de produção, e não de forma global, como acontece com a frequência elétrica.

Investimentos em Portugal

O relatório agora conhecido servirá de base às recomendações técnicas e políticas que a ENTSOE deverá apresentar no início de 2026, com o objetivo de evitar novos apagões desta escala.

Entretanto, entre 2026 e 2030 a E-Redes prevê investir 1,6 mil milhões de euros na modernização da rede elétrica portuguesa, incluindo medidas de reforço da estabilidade e resiliência do sistema.

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