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Num comunicado divulgado esta segunda-feira, a FNAM acusa o executivo de "manter o subfinanciamento crónico", afastar os profissionais do serviço público e favorecer os interesses privados, numa altura em que há "1000 milhões de euros de investimento" anunciados para o setor privado da saúde.

“Em vez de apostar num SNS forte, universal e acessível, o Governo de Luís Montenegro opta por manter o subfinanciamento crónico, empurrar os profissionais para fora do serviço público e abrir espaço aos privados”, denuncia a FNAM.

A estrutura sindical rejeita ainda a lógica de gestão do SNS baseada em metas de produtividade e sobrecarga dos profissionais, criticando um modelo que, segundo a federação, trata os médicos como "peças descartáveis".

“A saúde não pode ser gerida com lógicas de produção nem com incentivos que tratam os médicos como peças descartáveis. [...] A qualidade dos cuidados de saúde exige tempo, estabilidade e profissionais valorizados — não horas extraordinárias sem fim, nem objetivos impostos como numa fábrica”, lê-se no comunicado.

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A FNAM sublinha também a desvalorização salarial dos médicos, alertando que o salário-base continua desajustado face à exigência da profissão.

“Continuamos a ser chamados a ‘aguentar o serviço’, mas sem condições dignas para o fazer. É por isso que cada vez mais médicos abandonam o SNS”, denuncia a estrutura, acrescentando: “sem carreiras estáveis e atrativas, não haverá futuro para o SNS.”

Apesar do cenário traçado, a FNAM garante estar disponível para soluções, exigindo negociações sérias e imediatas com o Governo: “Os médicos têm sido o pilar de um SNS que resiste, mas resistir não basta. É preciso reconstruir. E essa reconstrução só é possível com respeito, investimento e vontade política real”, afirma a federação.

“A FNAM estará sempre do lado das soluções — em defesa dos médicos, das suas carreiras e da dignidade da profissão — e não aceitará um modelo que fragiliza o SNS.”

Num apelo final, a FNAM deixa o alerta: “O tempo está a esgotar-se.”