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Com Jonathan Roumie no papel de Jesus Cristo, esta série é produzida fora dos grandes estúdios de Hollywood e tornou-se um sucesso global, com mais de 580 milhões de visualizações em 197 países e traduzida em 600 idiomas.

O próprio percurso de Roumie chama atenções. Em 2015, era apenas mais um ator católico em dificuldades em Los Angeles. Após uma oração em que entregou o seu destino a Deus, foi convidado por Dallas Jenkins para protagonizar “The Chosen”, um projeto que pretendia contar a vida de Cristo com realismo, emoção e uma abordagem narrativa em formato de série.

Com um orçamento inicial de 10 milhões de dólares, a primeira temporada foi filmada no Texas e em Cafarnaum, Israel, e desde então a produção tem crescido exponencialmente. A quinta temporada, intitulada “Last Supper” [”A Última Ceia”], estreou nos cinemas em abril e contou com um orçamento de 48 milhões de dólares.

Mas o que justifica o sucesso desta série, considerada já um fenómeno a nível mundial? Para Dallas Jenkins, de 49 anos, que co-escreve e dirige todos os episódios, o mérito vem da raiz. “É a história mais famosa e bem sucedida da História, por isso não posso ficar com os louros”.

“Mas talvez tenhamos feito um bom trabalho ao recordar ao espectador, cristão praticante ou não, a sua humanidade e relevância”, diz, citado pelo The Guardian.

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Além disso, o carisma de Jonathan Roumie também é um marco importante. “Eu vi o que toda a gente está a ver”, recorda. “Enquanto a maioria das representações anteriores eram de Jesus hippie ou de Jesus formal com uma auréola à volta da cabeça, Jonathan consegue fazer a piedade e a autoridade ao mesmo tempo que faz o humor e a intimidade”.

Quanto à quinta temporada, muito aguardada pelos fãs, esta traz a continuação da história de Jesus, já perto da reta final.

Se o primeiro episódio mostra a entrada de Jesus em Jerusalém, montado num jumento, rodeado pela multidão com palmas e ramos, no final da temporada sabe-se que vai ser traído com um beijo, por Judas.

Daqui para a frente esperam-se ainda mais duas temporadas. O fim da história já todos sabem, mas nem por isso deixa de ser uma série que deixa os fãs colados ao ecrã.

O site Christianity Today resume numa review este fenómeno: “é isto que acontece com uma boa história. Mesmo depois de ouvi-la mil vezes, conseguimos emocionar-nos, uma e outra vez. E mal podemos esperar para ver o que acontece a seguir”.

Para isto contribuem aqueles que têm sido apontados como alguns dos pontos positivos desta série: mostra os aspectos bíblicos e divinos, mas também se centra na humanidade que todos partilham; não evita as Escrituras e também traz humor (até da boca de Jesus, o que aligeira em alguns momentos a complexidade da personagem) e a história é contada sem perder o ritmo e com a dose necessária de intriga mesmo quando já se supõe o que vem a seguir.

Uma produtora que começou por censurar filmes “pouco cristãos”

A série “The Chosen” é disponibilizada gratuitamente através da sua própria aplicação. E tal só é possível porque a Angel Studios, produtora responsável por “The Chosen” e criada pelos irmãos Harmon, membros da Igreja Mórmon, aposta num modelo de financiamento por crowdfunding.

Originalmente lançada como VidAngel, em 2014, o objetivo inicial desta produtora era censurar o conteúdo de Hollywood para espectadores cristãos, filtrando cenas consideradas ofensivas, principalmente quando incluíam violência, profanação ou nudez.

Em 2016, vários estúdios moveram ações judiciais por violação de direitos de autor e, em 2021, a empresa mudou de nome para Angel Studios e começou a criar o seu próprio conteúdo.

Com essa missão em vista, a produtora reparou na curta-metragem “The Two Thieves”, de Jenkins e com a participação de Roumie, que conta a história da morte de Jesus na perspetiva dos ladrões crucificados ao seu lado. Depois, Jenkins explicou os seus planos para “The Chosen” e a produtora sugeriu-lhe que aumentasse o orçamento através da extensa rede de apoiantes cristãos do estúdio. O método funcionou — e quem contribuiu recebeu dividendos pelos seus investimentos e até teve a regalia de poder aparecer como figurante na série.

As primeiras quatro temporadas foram totalmente financiadas desta forma. Agora, o dinheiro chega através de doações a uma organização sem fins lucrativos e “vai diretamente para a produção da próxima temporada”.

Com este sucesso, a Angel Studios pretende construir uma espécie de streaming de conteúdos gratuitos e baseados na fé — como é o caso do filme de animação “O Rei dos Reis”, que também já esteve disponível nos cinemas portugueses, e que conta a história de como o escritor Charles Dickens cativou o seu filho através da história de Jesus Cristo.

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