
Apenas 6 dias depois da estreia internacional da 4ª temporada de The Bear na Disney+, a série já foi renovada para uma 5ª e, claro está, que estas notícias não chocam ninguém.
Mas o que é que esta série tem de tão especial?
Quando The Bear apareceu na indústria, em 2022, não havia nenhuma série que fizesse o que esta fez. Com burnouts, facadas, inúmeros ataques de pânico e níveis astronómicos de trauma familiar, The Bear combina boa cinematografia com ansiedade (de tal forma que é uma piada de longa data nas redes sociais) e cozinha de alto nível, tirando proveito da edição e da técnica da montagem para criar a arte que vemos, ano após ano.
The Bear conta ainda com algumas das melhores performances que temos visto nos últimos tempos. Jeremy Allen White, apesar de já estar habituado a enredos caóticos com Shameless, tem demonstrado o seu crescimento enquanto ator, com cenas como o monólogo de Carmy no último episódio da primeira temporada, a desabafar sobre a relação que tinha com o irmão Mikey.
Ayo Edebiri é outra das powerhouses da série. Ayo, não só tem uma performance extraordinária a dar vida a Sydney, como também participa na realização do episódio “Napkins” da 3ª temporada, e no guião de um dos episódios da 4ª temporada.
No entanto, apesar de Jeremy Allen White e Ayo Edebiri se destacarem, também resultado do papel que as suas personagens têm na série, o resto do elenco não fica atrás. Só na representação, The Bear conta já com oito Emmys entre atores dos 21 na totalidade das categorias.
Mas falemos da mais recente temporada. Carmy, Sydney e Richie continuam a lutar para elevar o restaurante para um espaço refinado, tomando decisões cruciais e enquanto continuam a tentar conciliar ambição, legado familiar e paixão pela culinária. The Bear acompanha agora uma equipa que se tenta afastar da azáfama das primeiras temporadas e estabilizar a reputação do restaurante. É preciso trabalho de consistência e dedicação.
Quando The Bear apareceu, apesar da série ter tido ótimas críticas, também houve um grupo de espectadores que defendia que o ritmo era difícil de acompanhar e que acabava cada episódio com níveis de stress elevados. Mas o que foi outrora um problema, é agora algo a que parte da audiência já sente falta. Embora sejam poucas, as críticas desta temporada centram-se na falta de ansiedade e de confusão. Contudo, esse grupo de espectadores é tão pequeno que é difícil ter essa opinião em conta.
Tal como em todas as outras temporadas, a reação é extremamente positiva. A representação continua no auge, a cinematografia enche o olho e cada vez mais queremos que o restaurante tenha sucesso na cozinha de alto nível e que as personagens façam as escolhas corretas.
Adicionalmente, é muito interessante como cada vez mais se vai cimentando o sentimento de família na série, e também se vai implementando a sensação de que cada personagem é indispensável para a dinâmica do The Bear, enquanto nos afastamos da centralidade do Carmy.
É, neste contexto, que é confirmada a renovação para a 5ª temporada. The Bear é real e traz uma sensação de esperança no meio das séries que temos visto nos últimos anos. Lançando temporadas num bom timing (muito distinto do que acontece hoje na indústria), a série consegue entregar algumas das melhores performances, realização e cinematografia na Televisão, criando um espaço para brilhar e florescer narrativamente. Algo que vai colocando cada vez mais pressão (da melhor forma possível) para o que vem aí.
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