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Os martelinhos de São João apareceram pela primeira vez em 1963, pela mão do industrial Manuel António Boaventura, da Fábrica Estrela do Paraíso, em Rio Tinto.
A inspiração surgiu num saleiro e pimenteiro que viu numa viagem ao estrangeiro, pelo fole, mas adaptou-o com apito e cabo para criar um brinquedo ruidoso, o que acabou por servir para os estudantes que celebravam a Queima da Fitas. O sucesso foi tal que a brincadeira foi repetida pelo São João, e assim continua há 62 anos.
A fábrica fechou atividade em 2012, mas a tradição continua com outros fornecedores.
De recordar também que os martelinhos de São João acabam por dar continuidade a outra tradição que também ainda é vista: bater com alhos-porros nas cabeças das pessoas que passam durante as festas.
Mas o processo nem sempre foi simples. Em 1970, algumas pessoas pediram à Câmara Municipal do Porto para acabar com os martelos. Na altura, Paulo Pombo, vereador da Cultura, e o autarca Paulo Valada alegaram também que os martelos iam contra a tradição. O caso passou mesmo para o Governo Civil, que proibiu o uso do brinquedo e aplicou multas de 70 escudos a quem não cumprisse.
Contudo, Manuel António Boaventura não desistiu e foi a tribunal defender o seu brinquedo. As audiências duraram três anos, mas o resultado foi o pretendido: o Supremo Tribunal de Justiça deu-lhe razão e surgiu finalmente uma autorização para o regresso dos martelos.
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