Mas, antes disso, cabe ao presidente que aí vem definir o que quer para a cidade.

Nas coisas urgentes, espera-se que vá validar com a nova administração da Metro do Porto (liderada agora por Emídio Gomes, que já foi presidente da CCRN que teve como primeira medida - um momento raro de ponderação da empresa - a suspensão das obras do mal afamado Metro Bus, na avenida da Boavista), o que quer fazer com as novas linhas e as eternas obras, fazer dos STCP um serviço de transportes públicos que cumpra um mínimo que se espera em termos de horários e frequência para uma cidade como a nossa, perceber que a cidade é, e será nos próximos anos, um playground turístico mas que é preciso integrar quem ficou nas margens e que a insegurança - real ou percepcionada - se combate, de forma muito mais barata, na integração de todos os portuenses, no cuidar todas as zonas da cidade - e em todas há pequenos diamantes - e no fazer sentir todos portuenses como parte da cidade.

O Porto é uma cidade à parte, a única cidade que é grande sem precisar de ter tamanho e que congrega as suas cidades vizinhas, sem sobressaltos. Há uns anos, numa conversa sobre um investimento de uma das Big 4 tecnológicas norte-americanas, usei o exemplo da cidade como um lugar com massa crítica sólida o suficiente para ser criadora de novos produtos, mas não demasiado grande para ser um risco poder inovar. Somos, assim, esta combinação perfeita. E sim, o investimento foi feito.

E é assim, somos muito muito melhores do que aquilo que achamos, mas temos de trabalhar de forma muito mais intencional e sair deste deixa-andar nos últimos anos.

Temos que ser uma cidade que se desafie para poder desafiar, sermos a nossa própria versão das coisas, sem ser contra outros, mas sem deixar de fazer as coisas.

O maior património que temos são as pessoas, as que que nasceram cá, as que cá vivem, as que cá vêm fazer a sua vida e aquelas que querem ser do Porto. E ser 'O Porto'.

Boa sorte ao novo presidente e um brinde ao futuro.