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Durante uma conferência de imprensa no dia 9 de setembro, na qual a comissão Make America Healthy Again apresentou o seu mais recente relatório, Kennedy afirmou que o National Institutes of Health (NIH) vai iniciar estudos para investigar a relação entre a sobreprescrição de medicamentos a jovens e episódios de violência.

“Tínhamos clubes de tiro nas escolas. As crianças levavam armas para a escola e eram incentivadas a fazê-lo, e ninguém entrava em escolas a disparar sobre outras pessoas”, declarou Kennedy, citado pelo USA Today.

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Apesar da afirmação, não existem dados que sustentem a ligação entre antidepressivos e tiroteios. Segundo o USA Today, Kennedy já tinha especulado em 2024 que o uso de Prozac e outros medicamentos poderia explicar o aumento da violência em escolas — uma ideia rejeitada pela comunidade científica.

O psiquiatra Ragy Girgis, professor na Universidade de Columbia e investigador principal de um estudo sobre assassínios em massa publicado em 2022, disse ao jornal norte-americano que “não há evidência de uma ligação entre a medicação e os tiroteios”.

“Os antidepressivos ISRS (Seletivos da Recaptação de Serotonina)  e outros fármacos psiquiátricos não são responsáveis por tiroteios em massa ou violência de qualquer tipo. Pelo contrário, têm propriedades específicas de redução da violência”, sublinhou Girgis.

Dados oficiais mostram que, em 2021, 8,3% dos adultos norte-americanos sofreram um episódio depressivo grave, valor que sobe para 18,6% entre os jovens dos 18 aos 25 anos. O uso de antidepressivos tem aumentado: um estudo publicado em 2024 na revista Pediatrics concluiu que a dispensação mensal de antidepressivos a jovens cresceu 66,3% entre 2016 e 2022.

As declarações de Kennedy voltam a colocar em foco a polémica sobre as causas da violência armada nos EUA, num país onde os tiroteios em massa continuam a ser uma das maiores preocupações de saúde pública.

Recorde-se que esta quarta-feira, Charlie Kirk, o influencer conservador pró-Trump, foi atingido a tiro durante um evento no estado norte-americano do Utah, acabando por morrer. Kirk estava no início de uma tour por várias universidades pelos Estados Unidos da América, para debater com estudantes universitários.