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Embora os responsáveis pela revista Leman neguem que o desenho retrate o profeta, o procurador-geral de Istambul ordenou a detenção de quatro funcionários da publicação, acusados de insultar abertamente os valores religiosos.
Entre os indivíduos afetados está o autor do cartoon. "A pessoa que fez este desenho repugnante, chamada D.P., foi detida", anunciou o ministro do Interior, Ali Yerlikaya. "Esses indivíduos deverão responder pelos seus atos perante a Justiça."
Uma cópia a preto e branco do desenho, que circula nas redes sociais, mostra dois personagens a apertar a mão no céu, sobre uma cidade bombardeada. "Salam aleikum, sou Mohamed [Maomé, em árabe]", diz um deles. "Aleikum salam, sou Musa [Moisés]", responde o outro.
O redator-chefe da revista, Tuncay Akgun, disse à AFP que a imagem foi mal interpretada. "Esse desenho não é, de forma alguma, um cartoon do profeta Maomé. Nessa obra, é o nome de um muçulmano que foi morto nos bombardeamentos de Israel. Mais de 200 milhões de pessoas no mundo islâmico se chamam Mohamed. Jamais correríamos um risco assim."
No X, a revista explicou que "o cartoonista queria mostrar a retidão do povo muçulmano oprimido ao representar um muçulmano assassinado por Israel. Nunca teve a intenção de menosprezar os valores religiosos."
O procurador-geral de Istambul abriu uma investigação sobre o desenho e expediu "mandados de detenção contra as pessoas envolvidas". Segundo a imprensa local, além do cartoonista, o Ministério Público solicitou a prisão de dois redatores-chefe da revista e do diretor de redação.
À noite, dezenas de manifestantes atacaram um bar frequentado por funcionários da Leman, no centro de Istambul. O protesto resultou em confronto entre os manifestantes e a polícia.
Fundada em 1991, a Leman é alvo dos conservadores turcos, principalmente depois de ter apoiado a revista francesa Charlie Hebdo após um ataque jihadista à redação em Paris, em 2015.
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