A Procuradoria apelou ao respeito pelo direito internacional humanitário, sublinhando, contudo, que a responsabilidade final pelas mortes recai sobre os grupos armados que recrutam estes jovens.
Num comunicado, a procuradora Íris Marín descreveu a situação como “deplorável” e denunciou o impacto da guerra sobre os mais vulneráveis: “É a guerra no seu doloroso e desumano desdobramento, que afeta os mais vulneráveis, como menores recrutados por falta de proteção e agora transformados em alvos militares”.
Os ataques militares foram ordenados esta semana pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, e visaram dissidentes das FARC comandados por Néstor Vera, conhecido como Iván Mordisco, considerado o homem mais procurado do país. Um dos bombardeamentos ocorreu no departamento de Arauca, junto à fronteira com a Venezuela, e outro na selva de Guaviare, onde se registaram as 19 mortes.
Tanto o Presidente Petro como o ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, tinham já alertado para a possibilidade de entre as vítimas haver menores, segundo a agência noticiosa espanhola Efe. A Procuradoria confirmou ainda que quatro corpos permanecem por identificar.
A procuradora Íris Marín recordou que, de acordo com o Direito Internacional Humanitário, “nenhuma criança ou adolescente recrutado deve ser afetado por operações militares” e que as Forças Armadas “devem tomar todas as precauções possíveis para protegê-los”, evitando o uso excessivo da força.
No entanto, reforçou, a responsabilidade pelas mortes de menores recai principalmente sobre os grupos armados que os recrutam, neste caso o Estado-Maior Central (EMC), a maior fação dissidente das antigas FARC. “O recrutamento de menores é um crime de guerra”, afirmou Marín, alertando que “usar crianças e adolescentes como argumento para questionar operações militares demonstra que grupos armados ilegais os estão a explorar como escudos humanos”.
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