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Desde 2014, Mark Zuckerberg tem vindo a construir o Koolau Ranch, um complexo de 1.400 hectáres no Havai que incluirá um abrigo subterrâneo com fornecimento próprio de energia e alimentos. Embora o fundador do Facebook negue estar a criar um “bunker do fim do mundo”, o secretismo em torno do projeto, protegido por acordos de confidencialidade, alimenta as especulações. Zuckerberg também comprou 11 propriedades em Palo Alto, Califórnia, algumas com espaços subterrâneos, e é apenas um entre vários líderes tecnológicos que têm investido em terrenos e refúgios privados.

Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn, chegou a chamar a isto “seguro do apocalipse”, e Sam Altman (OpenAI) terá discutido planos semelhantes com Peter Thiel para se refugiarem na Nova Zelândia em caso de desastre global, refere a BBC.

A crescente preocupação deve-se, em parte, ao avanço da inteligência artificial (IA) e ao receio de que a chamada inteligência artificial geral (AGI),  isto é a altura em que as máquinas igualarem ou superarem a inteligência humana, possa estar próxima.

Figuras como Ilya Sutskever, cientista-chefe da OpenAI, terão mesmo sugerido construir um bunker para os principais investigadores antes de libertarem uma tecnologia tão poderosa. Altman e outros líderes acreditam que o AGI chegará “mais cedo do que o mundo pensa”, enquanto críticos como Dame Wendy Hall e Neil Lawrence consideram que a ideia é exagerada e ainda distante da realidade.

Defensores do AGI e da superinteligência artificial (ASI) acreditam que estas tecnologias poderão curar doenças, resolver as alterações climáticas e criar uma era de “abundância sustentável”, como defende Elon Musk, que prevê até um “rendimento universal elevado” graças à automação total.

No entanto, outros temem que a IA possa tornar-se incontrolável, ser usada como arma ou mesmo voltar-se contra a humanidade. Governos como os dos EUA e do Reino Unido criaram mecanismos para monitorizar os riscos, mas a desregulação avança, com a administração Trump a revogar parte das regras de segurança.

Enquanto alguns bilionários constroem abrigos ou compram propriedades remotas, cientistas lembram que a IA atual ainda está longe da consciência humana. Apesar de processar enormes quantidades de dados e reconhecer padrões, falta-lhe consciência e metacognição, capacidades essenciais do cérebro humano, que continua a ser mais flexível, intuitivo e adaptável. Para críticos como Neil Lawrence, o verdadeiro perigo é o deslumbramento com o mito da “IA todo-poderosa”, que pode desviar a atenção das formas reais de melhorar a tecnologia para servir as pessoas e não para preparar o apocalipse.

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