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Embora a exposição a muitos produtos com nicotina tenha diminuído desde 2016, os casos envolvendo sacos de nicotina aumentaram mais de 760% entre 2020 e 2023, partilha a CNN.

Segundo a investigadora Natalie Rine, os sacos de nicotina são pequenos, têm sabores agradáveis, são fáceis de esconder e não contêm tabaco, mas sim nicotina em pó (sintética ou natural), com adoçantes e aromatizantes. A aparência e o sabor tornam-nos particularmente perigosos para crianças, que não têm noção de risco e facilmente os ingerem.

A popularidade crescente entre adolescentes e jovens adultos também levanta preocupações. Os sacos de nicotina tornaram-se o segundo produto com nicotina mais usado entre os jovens nos EUA, duplicando o seu uso entre 2021 e 2024. Ainda assim, o uso geral continua limitado (0,5% da população adulta americana).

Em 2024, a FDA (agência reguladora americana) autorizou pela primeira vez a comercialização de 10 sabores da marca Zyn, defendendo que podem ajudar fumadores adultos a reduzir o consumo de tabaco. Contudo, a ingestão acidental por crianças pode ser perigosa mesmo em doses muito baixas — 1 a 2 miligramas de nicotina podem causar náuseas, vómitos e tremores, e um saco pode conter entre 3 e 12 mg.

O estudo concluiu que os sacos de nicotina têm 150% mais probabilidade de causar efeitos médicos graves do que outros produtos sem fumo, que dobraram o risco de hospitalização em comparação com gomas, pastilhas e líquidos. E, por fim, mais de 1.600 crianças tiveram complicações médicas sérias e duas morreram após ingestão de nicotina líquida.

A Philip Morris International, que detém a marca Zyn, afirma que as embalagens incluem avisos e são concebidas para serem resistentes ao acesso infantil. No entanto, especialistas recomendam que os pais evitem utilizar estes produtos à frente das crianças e garantam que são guardados fora do seu alcance. Também é essencial que outros cuidadores, como avós e babysitters, sejam informados dos riscos.

Em caso de suspeita de ingestão, deve contactar-se imediatamente o Centro de Informação Antivenenos , onde profissionais podem aconselhar os cuidadores sobre os passos a seguir.