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A antiga vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, anunciou na quarta-feira que não vai disputar a eleição para o governo da Califórnia em 2026, o que deixa em aberto a possibilidade de se candidatar à Casa Branca já em 2028.

"Nos últimos seis meses, refleti sobre este momento na história do nosso país e a melhor forma de continuar a lutar pelo povo (norte-)americano e promover os valores e ideias que me são caros", disse Harris, citada em comunicado distribuído pelo seu gabinete.

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"Pensei muito seriamente solicitar ao povo da Califórnia o privilégio de servir como sua governadora. Adoro o Estado, o seu povo e o seu potencial. É a minha casa. Mas, depois de profunda reflexão, decidi não concorrer para governadora nesta eleição", disse.

"Para já, o meu envolvimento e serviço público não vai ser em cargos eleitos. Espero ansiosamente regressar e ouvir o povo americano, ajudar a eleger democratas que vão lutar sem medo e vir a detalhar os meus próprios planos nos próximos meses", acrescentou.

Na noite de quinta-feira, a candidata presidencial derrotada pelo Partido Democrata, que substituiu Joe Biden no final da campanha de 2024 depois deste desistir da reeleição, deu a sua primeira entrevista desde que perdeu a eleição contra o Republicano Donald Trump, no programa de Stephen Colbert, The Late Show.

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Começou por afirmar não ter desejo de voltar ao “sistema” da política americana porque este está “estragado”.

"Recentemente, tomei a decisão de que, por enquanto, não quero voltar para o sistema. Acho que ele está estragado", disse, provocando um gemido coletivo da plateia do estúdio. Colbert voltou ao assunto mais tarde, e afirmou que a sua observação foi angustiante.

“Bem, mas também é evidente, não é?” disse. Descrevendo-se como uma "servidora pública devota", a ex-vice-presidente acrescentou: "Sempre acreditei que, por mais frágil que seja nossa democracia, os nossos sistemas seriam fortes o suficiente para defender os nossos princípios mais fundamentais. E acho que, neste momento, não são tão fortes quanto deviam ser. E, por enquanto, não quero voltar a este sistema".

A escolha de Harris pelo The Late Show como canal para a primeira entrevista pós-eleição foi deliberada. O talk show mais visto dos EUA foi cancelado no mês passado pela CBS, com a desculpa de dificuldades financeiras, embora a decisão tenha sido amplamente denunciada como politicamente motivada.

Harris lamentou também o número de pessoas que, segundo ela, "capitularam" diante do agressivo segundo governo Trump.

Quando Colbert a convidou a dizer "Eu avisei" depois de esta ter previsto muitas das ações mais controversas de Trump - incluindo cortes no Medicaid, ignorar ordens judiciais e "enormes cortes de impostos para os ricos" - Harris respondeu: "Mas Stephen, o que eu não previ foi a capitulação".

“Talvez seja ingénuo da minha parte… deve haver muitos que se consideram guardiões do nosso sistema e da nossa democracia e que simplesmente capitularam, e eu não esperava por isso”, acrescentou.

Esta entrevista está a ganhar uma relevância particular nos EUA porque os comentários mais amplos sobre "o sistema" ajudam a explicar essa decisão de não concorrer à Califórnia, embora ainda tenham deixado espaço para outra possível candidatura presidencial no próximo mandato.

Por agora, Harris tem um livro para vender, "107 Days". Um livro que, como o título sugere, conta a história da campanha presidencial mais curta de todos os tempos, da própria.

Harris admitiu que levou meses depois da derrota a ter forças para voltar a assistir às notícias. "Eu simplesmente não gosto de automutilação", revelou. Em vez disso, havia "muitos programas de culinária", sublinhou.

É possível ver esta entrevista na totalidade aqui.