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Segundo Luís Cabral, este plano “era a última peça do puzzle” que faltava, depois de o INEM ter sido alvo “de duas auditorias e agora esta avaliação da Comissão Técnica Independente”. O presidente sublinhou que estes diferentes diagnósticos do funcionamento da instituição “vão ter que ser agora coligidos, de forma a garantirmos que as soluções são comuns aos três”.
Apesar de reconhecer divergências internas e resistência por parte da Comissão de Trabalhadores e do Sindicato dos Técnicos de Emergência, considera que a prioridade é garantir a integração prática dos serviços. Admitiu que pode vir a acontecer a “fusão física do SNS24 com as nossas centrais CODU”, mas reforçou que o essencial é harmonizar procedimentos e “ter algoritmos de triagem semelhantes”, evitando situações em que “haja transferência de chamadas” entre estruturas.
Para o presidente do INEM, “mais do que fazer a fusão física” é necessário “fazer uma fusão funcional”, garantindo decisões uniformes: “Se é para enviar uma ambulância, a ambulância é enviada; se é para fazer apenas aconselhamento, será feito”. O objetivo, diz, é simples: que os portugueses “não andem a ser transferidos de uma central para a outra”. E assegura: “É esse o nosso objetivo”.
Luís Cabral reforçou ainda que a “fusão do SNS24 e do INEM ‘é mandatória’”, ainda que não obrigatoriamente num edifício único. A proposta de refundação prevê uma linha comum para o 112 e o SNS24, organizada em três centrais regionais — Lisboa, Porto e Coimbra — com técnicos especialmente formados entre 150 e 200 horas para fazer triagem e acionar meios.
Com apenas um mês na presidência, o responsável garantiu que os “trabalhadores devem ter noção clara que nós devemos aos portugueses uma resposta” e lamentou “a degradação enorme da confiança dos portugueses no Instituto”. Para Cabral, “a culpa é do sistema”, e o INEM deve “ultrapassar essas restrições e entrar no novo modelo de organização”. Reforçou que aceitou o cargo sabendo que “ia haver uma refundação do INEM” e que “este processo de mudança precisa de uma liderança e essa liderança tem de ser reconhecida”. Garantiu também: “Não venho em guerra. (…) Gostaria de trabalhar com todos”.
A propósito da greve geral de 11 de dezembro, Luís Cabral afirmou que o “INEM aprendeu com os seus erros” e assegurou que desta vez existirão serviços mínimos. Apelou às classes profissionais que “respeitem aquilo que os portugueses pedem” e lembrou que “ser profissional de saúde implica ter ética com os nossos doentes”. Rejeitou que este apelo coloque em causa o direito à greve dos técnicos de emergência, afirmando que outras classes da saúde fazem greve “e nunca tivemos falta de atendimento”.
Apesar das queixas de falta de recursos humanos, o presidente destacou que o Ministério da Saúde tem “feito um trabalho árduo” nas negociações com os sindicatos e na valorização das carreiras. Ainda assim, reconheceu fragilidades internas, admitindo que o “serviço tem as suas limitações, infelizmente, por falta de organização”. Concluiu lembrando que os relatórios das auditorias indicam que o “INEM tem falhas graves que devem ser devidamente corrigidas”.
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