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"A Antarctic and Southern Ocean Coalition (ASOC) é a vencedora do Prémio Gulbenkian para a Humanidade 2025, em reconhecimento do seu trabalho na proteção de uma das regiões do mundo mais sensíveis às alterações climáticas", é adiantado em comunicado.

"A ASOC é um exemplo da forma como a colaboração internacional duradoura, a advocacy alicerçada na ciência e uma gestão ambiental responsável são essenciais para garantir um futuro sustentável para todos", pode ler-se.

O júri, presidido pela antiga chanceler alemã, Angela Merkel, selecionou o vencedor de entre 212 nomeações de 115 países.

De recordar que o prémio "distingue contribuições notáveis para a ação climática e soluções que inspiram esperança e novas possibilidades".

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A ASOC, fundada em 1978, "reuniu organizações ambientais de prestígio de mais de 10 países, formando uma coligação resiliente e articulada de membros, parceiros, ativistas e apoiantes".

"Visto que a Antártida se encontra fora da jurisdição de uma só nação, a cooperação multilateral tem sido essencial para a sua proteção. Ao longo dos últimos 50 anos, a ASOC tem demonstrado, de forma consistente, como uma voz única, assente num objetivo partilhado e num compromisso a longo prazo, pode influenciar a governação e a preservação de um dos ambientes mais intocados do planeta", é explicado.

"O Prémio é atribuído numa altura em que as Nações Unidas declararam 2025 como o Ano Internacional da Preservação dos Glaciares, lançando a Década de Ação para as Ciências da Criosfera (2025-2034). A comunidade internacional está finalmente a reconhecer o papel essencial da criosfera — os mantos de gelo, os glaciares e as calotes polares da Terra — na regulação do clima. A liderança da ASOC ajuda a transformar o conhecimento científico em ação global, salvaguardando os sistemas dos quais a vida na Terra depende", realça o comunicado.

"É uma honra para a ASOC receber o Prémio Gulbenkian para a Humanidade, que vem afirmar e reconhecer o poder da ação coletiva e a importância vital de proteger o Antártico e o Oceano Austral. Estas regiões podem parecer distantes, mas são fundamentais para a saúde e o futuro do planeta. Aceitamos este prémio em nome da nossa coligação e de todos os que continuam a proteger um dos últimos ecossistemas ainda intocados da Terra", disse Claire Christian, diretora executiva da ASOC.

Angela Merkel, presidente do júri, lembrou que "a região da Antártida é um ecossistema único e frágil, particularmente vulnerável aos efeitos das alterações climáticas. Ao situar-se fora da jurisdição de um só país, a região precisa de um nível extraordinário de cooperação internacional para proteger e preservar este recurso precioso".

E justificou o prémio: "O júri quis reconhecer as conquistas da Antarctic and Southern Ocean Coalition e a forma como tem demonstrado que a colaboração global é possível. A Antarctic and Southern Ocean Coalition transmite esperança às gerações vindouras e é uma justa vencedora deste prémio".

Este é o sexto ano em que o prémio é atribuído. Em 2020, no seu primeiro ano, o prémio foi atribuído a Greta Thunberg; em 2021, foi atribuído ao Pacto Global de Autarcas para o Clima e a Energia; em 2022, a Plataforma Intergovernamental Científica e Política sobre a Biodiversidade e os Serviços dos Ecossistemas (IPBES) e o Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) foram os vencedores conjuntos; e em 2023, Bandi “Apai Janggut”, líder comunitário tradicional da Indonésia, Cécile Bibiane Ndjebet, ativista e agrónoma dos Camarões, e Lélia Wanick Salgado, ambientalista, designer e cenógrafa do Brasil, foram igualmente distinguidos em conjunto.

Em 2024 o Prémio foi atribuído em conjunto a Andhra Pradesh Community Managed Natural Farming (Índia), um programa estatal que apoia a transição de pequenos agricultores, predominantemente mulheres, para a agricultura natural; a Rattan Lal (EUA/Índia), um cientista pioneiro na abordagem da agricultura centrada no solo; e a SEKEM (Egito) com a sua Associação Biodinâmica Egípcia, uma rede que permite aos agricultores a transição para práticas regenerativas.