
O Verão pode ser sinónimo de celebração de praia e de surf. Juntando estas duas combinações onde o sal dá a pimenta necessária, outras misturam-se neste substrato, filmes e arte para animar as próximas 10 noites quentes e secas da estação.
Curta-metragens e documentários em português, passados em Portugal com protagonistas nacionais, marcam o Portuguese Surf Film Festival (PSFF), que arranca hoje, dia 18 de julho e decorre até dia 27, na Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira.
“Identidade - As Cores da Ericeira” em estreia, da realizadora Sara Guix, abre as hostilidades (20h) na 14.ª edição do festival que celebra o surf, ondas, areia e sal.
Quando baixar do pano, desvenda uma provocação ao mergulhar no impacto da transformação desta vila piscatória num destino turístico de massas.
A obra questiona se a identidade de uma comunidade onde a “tradição e a modernidade se cruzam, pode resistir às pressões do turismo e das mudanças rápidas”, lê-se na sinopse do filme apoiado pela AZUL - Ericeira Mag, uma publicação local.
A narrativa não é mais do que uma reflexão através do qual se chama para primeiro plano e para personagens principais as vozes de locais (jagozes), surfistas de todo o mundo que a elegem a Ericeira para viver e outros recém-chegados atraídos pela magia da terra onde o Mar é Mais Azul.
O relato cru e colorido ao mesmo tempo na primeira pessoa vai mais além de um simples post no Instagram ou outros redes sociais que eternizam as esculturas do guardião da Reserva Mundial de Surf, a vigiar a praia de Ribeira d’Ilhas ou do Pescador Jagoz, no alto da Praia dos Pescadores, no Porto de Pesca.
A abordagem da realizadora espanhola sobre o diálogo interior e exterior de uma vila piscatória que se tornou destino de culto para surfistas do mundo inteiro é um destaque, mas o PSFF vai, contudo, vai mais fundo e mais longe, sempre com um denominador comum: o surf e as ondas.
“Nossa Senhora dos Surfistas”, que retrata a procissão na Praia das Maçãs, Sintra, em agosto, “Impact - Eco Foam”, no qual o surfista Miguel Blanco junta surf e ambientalismo pelos caminhos das ondas na costa portuguesa, “Ocean’s Lessons” (Algarve), “O Mentor no Mar” (Ilha Terceira, Açores) e “Capítulo Perfeito- 10 out of 10”, celebração dos 10 anos da prova de ondas tubulares em Carcavelos, mostram o Made in Portugal.
“Sem Limites”, que retrata os últimos dois anos da viagem de Tony Laureano, surfista de ondas grandes, com passagem obrigatória pelas poderosas ondas da Nazaré onde também foi filmado “Maya and the Wave, documentário sobre Maya Gabeira, primeira surfista a surfar as ondas grandes no famoso Canhão da Praia do Norte, fazem parte dos 49 filmes, curtas, filmes experimentais e documentários.
Numa viagem documental pelas mais diversas ondas de todos os continentes, das mais conhecidas às mais remotas, espaço ainda para um onda que fala português: “Virei. Até onde o surf nos trouxe e até onde pode nos levar?…”
O documentário desvenda a construção do surf angolano pelo olhar de dois surfistas portugueses, Tiago Pires (ex-surfista do Championship Tour, circuito de elite da Liga Mundial de Surf) e Joana Schenker (campeã mundial de bodyboard)
Haverá ainda espaço para a exposição Ocean Art, com doze obras de doze artistas.
O júri, presidido por Miguel Barreira, terá a tarefa de premiar as categorias de Film of the Year, Best Short, Best Cinematography, Best Editing, Best Women in Surf Films, Best Sustainability, Impactful Story , Audience Award, Best Ericeira.
O Portuguese Surf Film Festival é apresentado pela Câmara Municipal de Mafra e co-produzido pela Mind Act e Zucalli Media. Os bilhetes custam seis euros.
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