Luís Montenegro, a falar numa conferência promovida pelo grupo Impresa sobre a área da Defesa, afirmou que tanto PS como Chega são os partidos que o Governo procura um "consenso alargado" para o aumento do investimento público na área da Defesa.

“Acho que esses [o PS e o Chega] são os mais importantes porque obviamente são aqueles que se afiguram no contexto político-partidário como as alternativas futuras de Governo”, disse.

"Eu admito que o Governo tem condições e a disponibilidade para ter um consenso alargado na Assembleia da República com os dois maiores partidos da oposição e, eventualmente, com mais partidos. Estou convencido que há mais partidos na Assembleia da República que podem vir, enfim, não vou dizer a subscrever, mas a alinhar, com o essencial desta estratégia", acrescentou.

Para Montenegro, o aumento de investimento na Defesa é "prioridade máxima", naquilo em que consiste a reforma do Estado.

"Estamos a fazer uma reforma do Estado que eu quero que seja acelerada para poder não só tornar o Estado mais expedito a responder às solicitações dos cidadãos e às solicitações das empresas mas também para libertar recursos financeiros para podermos depois alocar as outras despesas públicas. Para termos mais dinheiro para gastar na saúde, na educação, ou, por exemplo, ou nas políticas públicas da habitação, precisamos de ter uma gestão mais eficiente da máquina do Estado. Para quê? Para libertar mais recursos para o investimento. É este plano que, visto de uma forma transversal, também tem de libertar os recursos suficientes para investirmos na Defesa", afirmou.

"Nós estamos em guerra também em Portugal, nós todos os dias somos alvos de ataques nas nossas instituições públicas e nas nossas instituições privadas. Nomeadamente no ciberespaço somos colocados sob ameaças reais que, se concretizarem nos seus objetivos, colocam em grande dificuldade a nossa capacidade de criar riqueza. Podemos ter os nossos órgãos de soberania em dificuldade para exercerem em nome do povo essa soberania, de expressarem a vontade popular de definir e executar políticas públicas; podemos ter a relação do cidadão e da empresa com a administração colocada em causa ou mesmo bloqueada; podemos ter a liberdade comercial das empresas colocada em crise pelos ataques que nos são desferidos pelos nossos inimigos", disse.