O ex-motorista do antigo ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita foi considerado culpado do crime de homicídio por negligência inconsciente pelo atropelamento de um trabalhador na Autoestrada 6 (A6).
O que aconteceu?
Em 2021, o carro que transportava o então ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, sofreu um acidente na autoestrada A6, do qual resultou a morte de uma pessoa, que não resistiu aos ferimentos.
O atropelamento mortal de um trabalhador, que prestava serviços de manutenção da via, ao quilómetro 77 da A6, na direção Évora-Lisboa, surgiu após o carro de Eduardo Cabrita circular em excesso de velocidade, de acordo com várias perícias.
Marco Pontes, o motorista do antigo ministro da Administração Interna, acabou por ser julgado em tribunal singular, respondendo pela prática de um crime de homicídio por negligência grosseira.
O que disse o MP antes da sentença?
Nas alegações finais, a 30 de junho, a procuradora do Ministério Público (MP) considerou que os factos que constam no despacho de pronúncia “encontram-se provados”, pelo que o arguido “deve ser condenado por homicídio negligência”. “O arguido adotou uma velocidade excessiva e não conseguiu imobilizar atempadamente”, enquanto “o trabalhador não devia lá estar na faixa da esquerda, ainda para mais numa autoestrada”, argumentou.
E o que fez Eduardo Cabrita?
No final de 2021, Eduardo Cabrita, então ministro da Administração Interna, anunciou a sua demissão, isto após meses de polémicas acumuladas.
"Mais do que ninguém lamento essa trágica perda irreparável e a minha solidariedade vai para família da vítima. Desde então, foi com grande sacrifício pessoal que verifiquei com estupefacção o aproveitamento político que foi feito de uma tragédia pessoal”, disse Eduardo Cabrita".
E o que aconteceu hoje?
O motorista do antigo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foi condenado esta segunda-feira a 14 meses de prisão com pena suspensa pelo crime de homicídio por negligência inconsciente.
A sessão destinada à leitura da sentença aconteceu esta segunda-feira no tribunal de Évora.
Marco Pontes, que à data do atropelamento mortal do trabalhador Nuno Santos era motorista do então ministro da Administração Interna (MAI), era o único arguido do processo.
O arguido, que deixou de ser motorista do MAI em 2022, esclareceu então no tribunal que ninguém lhe deu instruções sobre a velocidade do carro, 155kmh.
O ministro viajava após uma deslocação a Portalegre, e que não tinha pressa para chegar a Lisboa, sabe-se.
O que o motorista vai fazer?
Marco Pontes foi condenado a 14 meses de prisão com pena suspensa e ficou inibido de conduzir por nove meses.
Ainda assim, o seu advogado, António Samara, diz que vai recorrer da sentença, por entender que não seria esta a velocidade do carro.
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