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Escondidos em alguns dos recantos mais silenciosos e arborizados de Berlim, os chamados cemitérios-cafés não são apenas locais para recordar os que partiram, mas também pequenos refúgios urbanos onde se valoriza a vida entre lápides, conta o The Guardian. A capital alemã conta hoje com cerca de uma dúzia destes espaços, que se destacam como ilhas de paz em locais movimentados.

Ao contrário de cidades como Paris ou Nova Iorque, onde os cemitérios ocupam extensas áreas periféricas, os cemitérios berlinenses sempre estiveram integrados nas comunidades locais, de pequena escala e profundamente ligados aos bairros.

Nos últimos dez anos, cafés surgiram dentro dos muros de cemitérios e até num antigo crematório, contrariando receios iniciais de que os visitantes se sentissem desconfortáveis ou que os enlutados fossem ofendidos.

O movimento dos cemitérios-cafés tem raízes na crise do VIH, sendo Bernd Boßmann reconhecido como o seu pioneiro. Em 2006, abriu o primeiro café do género, Finovo, no bairro de Schöneberg, tradicionalmente ligado à comunidade LGBTQ+. Veterano da luta por investigação sobre o VIH nos anos 1980, sentiu a necessidade de criar um espaço acolhedor para os vivos, próximo de onde os amigos de quem tinha perdido a vida estavam enterrados.

Ao longo dos anos, Finovo deu origem a outros cafés com diferentes identidades. A mudança nos hábitos funerários, com crescente preferência pela cremação, trouxe dificuldades financeiras aos cemitérios, tornando os edifícios desocupados alvos para vandalismo. Paralelamente, o aumento dos preços da imobiliária comercial tornou a conversão destes espaços numa alternativa viável e apelativa.

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