"A pelo menos 4070 mulheres, já no final da década de 1970", tinha sido implantado um Dispositivo Intrauterino (DIU), concluiu a investigação apresentada cerca de dez dias após o pedido de desculpas oficial às vítimas apresentado pela primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.
"Os relatos das mulheres, combinados com documentos provenientes de dispensários e artigos publicados por médicos que trabalharam na época, traçam um quadro em que o sistema de saúde envidou esforços muito ativos para promover o uso do DIU" com o objetivo de controlar a natalidade, é indicado.
No total, 354 mulheres testemunharam, 94 das quais tinham 14 anos ou menos na altura da primeira colocação de um DIU, ao passo que 120 tinham entre 15 e 17 anos. Tal número corresponde a metade das mulheres gronelandesas em idade fértil naquela época.
Algumas explicaram ter-lhes sido inserido no útero este meio de contracepção de longa duração, após um parto ou um aborto, sem terem sido informadas.
"A maioria considera também não ter recebido informação adequada antes da inserção do método contraceptivo", refere o relatório.
Muitas delas não sabiam nada sobre sexualidade e contraceção, observaram os cientistas, sendo que a colocação do contracetivo gerou um forte mal-estar em muitas mulheres, e muitas delas também ficaram estéreis.
"A prática da época deixou-as com um sentimento de vergonha, porque lhes foi administrado um contracetivo sem que elas o tivessem pedido e, em alguns casos, sem que tivessem dado consentimento", lê-se no relatório.
A primeira-ministra dinamarquesa apresentou no final de agosto as suas desculpas às vítimas desta campanha, em resposta a um pedido formulado por estas mulheres há vários anos.
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