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Segundo a CNN Internacional, os cientistas conseguiram observar as ondas gravitacionais geradas pelo impacto entre dois buracos negros com massas entre 30 e 35 vezes a do Sol, que orbitavam em círculo quase perfeito até se fundirem num único objeto. O buraco negro resultante passou a ter 63 vezes a massa do Sol, e a girar a 100 rotações por segundo.
Maximiliano Isi, astrofísico da Universidade de Columbia e do Flatiron Institute, sublinhou que, graças aos avanços técnicos do LIGO, esta descoberta é “três vezes mais precisa do que a primeira, há dez anos”. A observação permitiu testar duas previsões centrais da física moderna: a teoria matemática de Roy Kerr (1963), que descreve os buracos negros apenas através da sua massa e rotação, e o teorema da área de superfície de Hawking (1971), segundo o qual, após a fusão, a área de um buraco negro nunca diminui.
“É a primeira vez que conseguimos ver de forma tão convincente que um buraco negro pode ser descrito apenas por dois números: a sua massa e a sua rotação”, explicou Isi, citado pela CNN.
Para além de reforçar a teoria da relatividade de Einstein, a confirmação do teorema de Hawking representa um passo relevante na tentativa de conciliar a relatividade geral com a mecânica quântica, um dos maiores desafios da física contemporânea.
Desde 2015, quando o LIGO detetou ondas gravitacionais pela primeira vez — uma descoberta que resultou no Prémio Nobel da Física em 2017 — já foram registadas mais de 300 colisões de buracos negros. Contudo, como destaca a CNN, a precisão inédita desta observação faz de GW250114 um marco na astronomia moderna.
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