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As apreensões de cocaína em território nacional ocorreram em dezembro de 2024, junho e agosto de 2025, totalizando 2.323 quilos de droga. A maior parte do produto vinha da América do Sul e chegava por via marítima, ocultada em contentores de peles bovinas, um método de dissimulação considerado inovador pelas autoridades, revela o comunicado da PJ enviado às redações.
Uma operação conjunta do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária, da Guardia Civil espanhola e da agência norte-americana DEA, com o apoio da Europol e das autoridades da República Dominicana, permitiu desmantelar uma rede internacional de tráfico de droga. No total, foram apreendidos quase três toneladas de cocaína e detidas 19 pessoas, pertencentes a uma organização criminosa dedicada ao tráfico marítimo de estupefacientes.
A fase final da investigação decorreu esta semana em Espanha, nas províncias de Pontevedra, Barcelona, Ourense, Guadalajara e Madrid. Em Portugal já tinham sido realizadas buscas domiciliárias e não domiciliária, das quais resultaram a apreensão de cinco carros de gama alta, quatro armas de fogo e diversos materiais de comunicações e contra-vigilância.
Operação transnacional
A investigação teve início em setembro de 2024, quando a Guardia Civil detetou um grupo criminoso que introduzia cocaína na província de Pontevedra através de Portugal. A droga era depois transportada por via terrestre em carros equipados com sofisticados sistemas de ocultação. Em Espanha, a organização utilizava vários imóveis como “casas de recuo” (gíria policial para designar local de armazenamento de estupefacientes) para armazenar a mercadoria até à sua distribuição.
Os detidos atuavam há vários anos, recorrendo a métodos de segurança que dificultavam a ação policial. No total, foram realizadas 32 buscas e apreendidos, além da cocaína, 150 mil euros em dinheiro, inibidores de frequência, telefones por satélite, 17 telemóveis encriptados, balanças de precisão, uma plantação de marijuana, documentação relevante e armas de fogo.
Cooperação internacional
O sucesso da operação deveu-se à cooperação entre várias forças policiais, no âmbito do Projeto GDIN, financiado pela Comissão Europeia e liderado pela PJ e pela Guardia Civil. O projeto visa reforçar o combate ao tráfico de droga através da criação de uma rede de contactos internacionais e de um Centro de Inteligência Criminal Antidroga.
Em Portugal, o processo decorre no DIAP de Leiria, com a colaboração da Alfândega do Porto de Leixões.
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