Zelensky em Berlim para procurar apoio europeu
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está em Berlim, onde se reuniu com o chanceler alemão Friedrich Merz. Durante a conferência de imprensa conjunta, Merz revelou que os líderes europeus, em videoconferência com Donald Trump, pediram aos EUA que garantam a segurança da Ucrânia e da Europa nas negociações com a Rússia, marcadas para sexta-feira, no Alasca.
Friedrich Merz também declarou que a Ucrânia está disposta a discutir questões territoriais, sugerindo uma possível abertura diplomática em relação aos territórios atualmente sob controle russo.
As propostas de Zelensky
Zelensky fará uma videoconferência com Donald Trump às 14h, antes da reunião no Alasca, mas já é possível prever algumas conclusões: a Ucrânia já disse estar aberta a negociar um cessar-fogo aéreo e abdicar de territórios.
O presidente ucraniano acredita num cessar-fogo como resultado das recentes negociações. Confirmou as declarações do chanceler alemão, avançando ainda que há consenso entre os aliados europeus ucranianos à volta da ideia de que “caso não concorde com as propostas de paz, as sanções aplicadas à Rússia devem ser endurecidas”, de forma a prejudicar gravemente a sua economia.
Rússia não abre mão das regiões anexadas
Em resposta, a Rússia reafirmou que não irá abdicar das quatro regiões ucranianas que anexou, considerando a proposta “inegociável”. O aviso vem na véspera das negociações com os EUA e a Ucrânia. Além disso, há forte movimentação militar como forma de pressão diplomática.
Moscovo prepara exercícios com armas nucleares
Em paralelo, Rússia e a Bielorrússia anunciaram que irão realizar exercícios militares conjuntos com armas nucleares táticas e mísseis hipersónicos em meados de setembro.
O ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin, justificou os exercícios como uma resposta direta ao aumento da presença militar ocidental junto às suas fronteiras. A Rússia também já afirmou que pretende instalar mísseis nucleares na Bielorrússia.
Líderes europeus pressionam por garantias e paz duradoura
Já líderes europeus, como António Costa, manifestaram-se a favor de uma “paz duradoura” na Ucrânia. O envolvimento direto de Trump nas conversas indica que os EUA tentarão mediar um possível avanço diplomático com a Rússia.
Em comunicado, após um encontro moderado por Friedrich Merz, Emmanuel Macron e Keir Starmer, foram enunciados quatro princípios fundamentais que devem ser defendidos em qualquer negociação de paz na Ucrânia.
Os ataques continuam
O momento é decisivo: enquanto os esforços diplomáticos intensificam com negociações diretas entre Trump, Putin e Zelensky (ainda que à distância), o discurso militar da Rússia ameaça uma guerra nuclear.
Nos últimos ataques, dois civis morreram num ataque russo em Kherson, e a defesa aérea ucraniana derrubou mais de 30 drones e dois mísseis durante a noite.
Zelensky afirmou que a Ucrânia recuperou um terço das aldeias ocupadas na região de Sumy e está disposto a atravessar riscos para acabar com a guerra.
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