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Segundo a BBC News, o ponto alto do museu é a exibição completa do túmulo do faraó Tutankhamon, com todas as peças descobertas pelo egiptólogo britânico Howard Carter em 1922, apresentadas juntas pela primeira vez. Entre elas estão a famosa máscara dourada, o trono real e os carros de guerra do jovem faraó.
“Tive a ideia de exibir o túmulo completo — nada fica em armazém, nada fica noutros museus — para que o público possa viver a mesma experiência que Howard Carter teve há mais de cem anos”, explicou à BBC o egiptólogo Dr. Tarek Tawfik, presidente da Associação Internacional de Egiptólogos e ex-diretor do GEM.
Com um custo estimado de 1,2 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros), o museu tem 500 mil metros quadrados — o equivalente a 70 campos de futebol — e é esperado que receba até oito milhões de visitantes por ano, impulsionando o turismo egípcio após anos de crises.
A estrutura conta com uma escadaria monumental ladeada por estátuas de reis e rainhas do Egito antigo e uma janela panorâmica com vista para as pirâmides de Gizé. Entre as peças de destaque está ainda o obelisco suspenso de Ramsés II, com 3.200 anos, e o barco funerário do faraó Quéops, com 4.500 anos.
O projeto, iniciado em 1992 durante o governo de Hosni Mubarak, enfrentou vários atrasos provocados por crises financeiras, pela revolta da Primavera Árabe e pela pandemia de Covid-19.
O veterano arqueólogo e ex-ministro das Antiguidades, Dr. Zahi Hawass, celebrou a inauguração em declarações à BBC: “Foi o meu sonho. Estou muito feliz por ver este museu finalmente aberto! Mostra que os egípcios são iguais aos estrangeiros na escavação e preservação dos nossos monumentos”.
Hawass reiterou também o seu apelo pela repatriação de artefactos icónicos como a Pedra de Roseta (exposta no Museu Britânico), o Zodíaco de Dendera (no Louvre) e o busto de Nefertiti (em Berlim).
“Queremos que estas três peças regressem como um gesto de boa vontade, porque o Egito deu muitos presentes ao mundo”, afirmou o arqueólogo.
De acordo com a BBC, o Museu Britânico confirmou não ter recebido qualquer pedido formal de devolução da Pedra de Roseta por parte do governo egípcio.
A inauguração do Grande Museu Egípcio marca um momento histórico para a Egiptologia e simboliza o esforço do país em afirmar-se como guardião do seu próprio património cultural. Como resume o Dr. Tawfik: “Estamos a mostrar não apenas a história do antigo Egito, mas também o Egito moderno — porque foi o Egito que construiu este museu”.
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