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Entrou neste mercado num dos setores mais queridos pelos norte-americanos, a restauração.
Em poucos meses, a solução começou a reduzir o consumo energético em restaurantes como o Dave’s Hot Chicken ou o Dunkin’ Donuts, e já regista eficiências de até 70%.
“Num dos espaços, conseguimos logo no segundo mês uma redução de 50% na fatura energética – em pleno inverno no estado de Nova Jérsia. E estamos agora a atingir 70% de eficiência, o que significa que conseguimos cortar dois terços do desperdício”, garante Márcia Pereira, CEO e fundadora da Bandora.
A entrada nos EUA
A chegada ao mercado dos Estados Unidos foi feita de uma forma natural à portuguesa – facilitada por contactos no franchising, especialmente com empresários luso-descendentes que gerem cadeias como a Dunkin’ Donuts.
“Trabalhamos diretamente com franchisados portugueses ou descendentes que veem com bons olhos apoiar uma tecnologia portuguesa. Alguns deles têm centenas de lojas, o que acelerou a adesão,” explica Márcia Pereira.
Para além do networking na comunidade luso-americana, a Bandora tem marcado presença em conferências e feiras, mostrando a sua tecnologia a potenciais clientes. Já conquistaram uma cadeia de 300 lojas de ótica na costa sul e oeste dos EUA, expandindo rapidamente.
Apesar de parecer, nem tudo foi fácil, entrar num mercado tão competitivo é desafiante.
“O mercado B2B americano é conservador e o ciclo de venda é longo. É preciso ter presença local, falar inglês perfeitamente e ter uma morada nos EUA para ganhar confiança,” revela Márcia Pereira.
Para superar isto, a Bandora está a investir na presença física, com planos para relocalizar membros da equipa para lá e contratar localmente.
Outro desafio é o escrutínio rigoroso das empresas norte-americanas, que exige uma solução robusta e comprovada. Ter clientes de peso como Dunkin’ Donuts e Dave’s Hot Chicken, assim como o investimento do fundo HearstLab, ajuda a Bandora a ganhar credibilidade e abrir portas.
Os números que estão a convencer o mercado
A Bandora consegue uma poupança média de 50% em energia nos edifícios onde opera – “já conseguimos chegar a reduções de 70% em alguns casos.” Isto graças a um software que analisa a cada 5 minutos os dados de consumo, conforto térmico, temperaturas e até previsão meteorológica, para fazer ajustes em tempo real.
A Bandora garante destacar-se das outras soluções no mercado ter por uma implementação simples, que pode ser feita em apenas dois dias, mesmo em edifícios menores e sem qualquer automação prévia.
“A nossa concorrência precisa de dados reais do edifício, precisa de um ano de trabalho,tempos de implementação que não são compatíveis com a dinâmica de mercado. Além disso, são soluções com um custo de implementação bastante elevado”, afirma a CEO da startup portuguesa.
A caminho da CES
E como uma boa notícia não vem sozinha, em paralelo com a expansão no retalho, a Bandora está a desenvolver uma solução adaptada a data centers, onde a poupança energética e hídrica é crítica. Foi com esta abordagem que venceu um pitch promovido pela organização da CES, a maior feira de tecnologia do mundo.
“O pitch na CES abriu portas no ecossistema de inovação, e permitiu-nos testar este novo produto num contexto global”, sublinha Márcia Pereira.
Como prémio, a empresa conquistou um lugar de exposição na edição do próximo ano da CES, que decorre em Las Vegas entre 6 e 9 de janeiro.
O futuro
Atualmente a empresa, opera através de machine learning mas o próximo passo é começar a usar modelos de linguagem avançados (LLM) para melhorar a forma como são interpretados os dados dos edifícios, basicamente para facilitar o processo.
“Quando ‘ligam’ um edifício, recebem muitos dados com nomes complicados que precisam de ser interpretados, como “temp_ar_01” que significa temperatura do ar no espaço 1, por exemplo. Com esta tecnologia, o sistema vai entender automaticamente esses dados, reduzindo o tempo de instalação de dois dias para apenas algumas horas”.
Além disso, a Bandora quer crescer em novos mercados, como os Estados Unidos e os países do Golfo, onde já estão em negociações para expandir a sua presença.
“Queremos que a nossa solução esteja disponível em qualquer ponto destes mercados, com a simplicidade de instalação semelhante a uma box de TV cabo,” conclui Márcia Pereira.
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