"Estamos satisfeitos com a avaliação que a agência Fitch Rating faz da nossa economia. É uma avaliação positiva daquilo que está a acontecer em Cabo Verde. A economia conheceu uma boa recuperação", escreveu o chefe do Governo, na sua página oficial na rede social Facebook.

No seu relatório publicado esta semana, a agência de notação financeira anunciou uma melhoria da sua classificação da economia cabo-verdiana, que passou de estável para positivo, removendo um degrau de risco, com o 'rating' de longo prazo em moeda estrangeira em B-.

No documento, a Fitch constatou uma "forte recuperação económica" do país e com uma perspetiva "robusta" de crescimento, que prevê que seja de 4,1% este ano e de 5,3 em 2024, ainda suportado pela recuperação do turismo.

"Tivemos uma contração de 19,3% em 2020, por causa do impacto da pandemia, recuperámos 7% em 2021, 17,7% em 2022, o maior crescimento jamais registado em Cabo Verde, com a inflação ainda relativamente elevada", afirmou o primeiro-ministro, dizendo que as perspetivas são de aumento de confiança na economia cabo-verdiana.

Na avaliação, a agência de notação financeira referiu que o crescimento do país foi impulsionado pela "robusta" procura interna", pela recuperação do turismo, setor que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB), e pelo aumento do consumo das famílias.

O crescimento, prosseguiu a mesma fonte, foi ainda impulsionado pela redução da dívida pública, de 120,9% em 2022, depois do recorde de 143,7% em 2021, com projeções para queda de 111,9% em 2024.

"Embora a nossa previsão indique que a dívida/PIB de Cabo Verde permanecerá bem acima da mediana 'B' de 54,5% que esperamos para 2024, isso é mitigado por métricas de acessibilidade muito favoráveis", alertou a agência, referindo que a taxa média ponderada de juros do estoque total da dívida é de 1,9%, e de apenas 1,0% para a dívida pública externa.

Além disso, frisou que 88,1% do 'stock' da dívida tem taxa de juros fixa (83,5% para a dívida externa e 100% para a dívida interna), o que mitiga os riscos de elevação das taxas de juros globais.

"Enquanto isso, o prazo médio da dívida total é de 16 anos, subindo para 21 anos para a dívida externa. Acreditamos que o risco cambial, com 70% do total da dívida externa, é mitigado pela 'peg' de Cabo Verde ao euro", lê-se no comunicado.

"Quanto à questão da gestão da dívida, estamos a trabalhar para que seja sustentável, apesar do 'stock' ser relativamente elevado", reconheceu o primeiro-ministro, mostrando-se otimista e dizendo que o Governo tem um programa para fazer com que o peso da dívida pública no PIB se reduza gradualmente.

A Fitch prevê uma redução do défice da conta corrente de 1,9% do PIB em 2024, após uma redução para 3,3% em 2022, e de 11,9% em 2021.

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