
O banco central explica no documento que a redução nos resultados líquido da banca, que totalizaram 24 mil milhões de meticais (319,4 milhões de euros), resulta, por um lado, "do aumento dos custos operacionais, com destaque para os gastos com pessoal, em 7,88 %", mas também "da redução de outros resultados de exploração, refletindo o aumento das perdas por imparidade em 44,60%".
Em 2023, o lucro dos bancos moçambicanos tinham crescido 8,12%, face ao ano anterior, recorda o documento, acrescentando que, no resultado de 2024, 64,63%, equivalente a 16,82 mil milhões de meticais (223,8 milhões de euros), correspondem a apenas três instituições de crédito domésticas classificadas como sistémicas.
São estas o Banco Comercial de Investimentos (BCI), detido pela portuguesa Caixa Geral de Depósitos, o banco sul-africano Standard Bank e o Banco Internacional de Moçambique (BIM), do grupo português BCP.
O rácio de crédito em incumprimento (rácio de NPL) da banca moçambicana "continua acima do limite convencionalmente aceite (5,00%), tendo-se fixado em 9,32%, após 8,23% em 2023", enquanto o rácio de cobertura do NPL fixou-se em 60,29% em 2024, contra 66,02% em 2023, aponta o banco central.
"O setor bancário permanece rentável e com níveis adequados de capitalização, liquidez e rendibilidade, não obstante a redução da qualidade dos ativos", aponta o relatório, acrescentando que, em 2024, o rácio de solvabilidade global fixou-se em 26,11%, "acima do mínimo regulamentar de 12,00%".
Por outro lado, o rácio de cobertura de liquidez de curto prazo fixou-se em 49,64%, igualmente acima do mínimo regulamentar de 25%.
O documento refere ainda que os rácios de rendibilidade dos ativos (ROA) e de rendibilidade dos capitais próprios (ROE) da banca moçambicana se fixaram-se em 3,38% e 13,91% em 2024, respetivamente, contra 4,66% e 19,11% observados em 2023.
Funcionam em Moçambique 15 bancos comerciais e 12 microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, entre outras.
PVJ // APL
Lusa/Fim
Comentários