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Os salários de agosto e setembro já devem refletir esta alteração, com retroativos a janeiro e a descida do imposto em 500 milhões de euros. No entanto, a bastonária da Ordem dos Contabilistas, Paula Franco, avisa que em outubro as retenções regressam aos valores normais, o que resultará numa diminuição dos salários, em entrevista à SIC Notícias.
A descida do IRS, proposta pelo Governo e viabilizada pela Assembleia da República, determina reduções do imposto entre 0,40 e 0,60 pontos percentuais (p.p.) até ao 8.º escalão de rendimentos.
Segundo os dados divulgados, a taxa do primeiro escalão vai descer de 13% para 12,5%, a do segundo de 16,5% para 16%, a do terceiro de 22% para 21,5%, a do quarto de 25% para 24,4%, a do quinto de 32% para 31,4%, a do sexto de 35,5% para 34,9%, a do sétimo de 43,5% para 43,1% e, por último, a do oitavo de 45% para 44,6%. A taxa do último escalão de rendimentos continua nos 48%.
“É expectável que exista uma retroatividade nestes dois primeiros meses, isto é, as novas tabelas vão ser aplicadas a partir de agosto e para agosto e setembro vão ter uma redução mais acentuada, aliás, lembrando um bocadinho o que aconteceu no ano passado, houve dois meses, em setembro e outubro, que os portugueses receberam mais dinheiro líquido na sua remuneração, porque as retenções na fonte desceram acentuadamente para serem retroativas a janeiro”, explica Paula Franco.
Contudo, a bastonária sublinha que este aumento é temporário. As simulações apresentadas pelo Governo mostram que a descida do IRS vai fazer subir o salário líquido entre dois e 15 euros por mês, mas deve voltar a descer em outubro.
“O que vai acontecer aos portugueses é que no processamento de salários em agosto e em setembro, vão ter mais dinheiro disponível, mais dinheiro para acompanhar essa retroatividade desde janeiro. E depois em outubro, isso é que é importante também lembrar, voltam a receber menos porque as retenções na fonte voltam à normalidade", lembra.
Paula Franco reforça a importância de esclarecer os contribuintes, para que os portugueses não pensem que "alguém lhes retirou alguma coisa da sua remuneração".
A bastonária alerta ainda para o impacto no acerto final de contas com o fisco em 2025: “Quanto ao acerto no próximo ano, também convém lembrar que a retenção na fonte o que significa é que estamos a fazer um adiantamento. Se o adiantamento é menor, vamos ter que fazer as contas no final, mas é verdade e nós contabilistas sabemos isso melhor que ninguém, que quando fizemos as contas agora finais de 2024 informámos os nossos clientes, houve uma surpresa generalizada sobre o valor a receber, porque já se tinham esquecido, a maior parte dos portugueses, que efetivamente em setembro e outubro tinham recebido muito mais salário líquido”, conclui.
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