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Numa preleção sobre "Ética e Negócios" no Palácio da Bolsa, o também conselheiro de Estado falou sobre as várias dimensões do tema, defendendo que "as empresas não têm que ter todas o mesmo valor, mas têm de ter um compromisso com uma cultura que signifique o respeito pela ética".

Uma boa parte das empresas, dissertou Lobo Xavier, "dizem que é preciso ser transparente, íntegro na gestão dos recursos, que é preciso ter um compromisso com a sustentabilidade (…) e que os trabalhadores dessas empresas devem ser os embaixadores desses valores (…). Ora, no capitalismo nada se faz se não se reconhecer um valor económico (…) e nas grandes empresas a cultura ética tem um valor económico (…) pelo que é muito difícil fazer uma coisa se não se lhe reconhecer valor económico e hoje a ética tem valor económico".

E alertou: "Determinadas atividades consideradas, à partida, não éticas não têm acesso a financiamento nem a levantar capital".

Neste contexto, defendeu Lobo Xavier, a ética é um fator estratégico diferencial no sentido de que os parceiros e os clientes olham para a ética antes de decidirem, ou seja, a ética é um critério de escolha (…) e que não é possível reter talento numa estrutura não ética.

"A empresa do futuro terá como critério diferenciador estratégico uma certa cultura ética" referiu o gestor, sublinhando que "não será fácil ter sucesso económico se não tiver limites éticos. Vêm aí desafios éticos como não me lembro de ter visto ao longo da minha vida empresarial".

Como exemplos de empresas que pagaram por não terem cumprido com a ética, Lobo Xavier apontou o caso da marca de equipamento desportivo, a Nike, "que durante muito tempo utilizou mão de obra em países onde não havia direitos sociais" e a rede social Facebook "pela gestão indevida das informações pessoais que podiam acabar em interesses políticos".

A QSP Summit vai decorrer até domingo, com sessões durante o fim de semana na Exponor, em Matosinhos.